Theatro Carlos Gomes

publicado por Tiago dos Reis em 14 de julho de 2010
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Desculpem o estouro da luz

Terminado o périplo pelas construções (quase) coloniais do centro de Vitória, falta ainda falar sobre os monumentos “modernos” que habitam a parte baixa da região, acrescida por aterro no início do século XX. E o mais famoso deles é, sem dúvida alguma, o Theatro Carlos Gomes (com “H” mesmo).

Reaberto recentemente após um longo período de restauração, o Carlos Gomes foi construído em 1927 para substituir o antigo Teatro Melpômene, demolido 4 anos antes para a abertura da Rua Sete de Setembro. Seu projeto foi assinado pelo arquiteto e construtor André Carloni e reproduziu o propósito modernizante do Governador do Estado, Florentino Avidos. Por isso, repetindo o conceito de modernidade e beleza que parecia predominar entre os capixabas nessa época (vide o projeto da Catedral), a inspiração da obra veio lá da Europa: o Teatro Alla Scala, de Milão, na Itália.

Scala: O original

Carlos Gomes: A réplica

A fachada do Theatro mescla elementos característicos de diferentes estilos arquitetônicos. Há referências ao clássico e neoclássico nas colunas com capitel compósito e frontões triangulares e ao barroco na sinuosidade e recortes do seu vão central e na expressividade das estátuas do acrotério. Possui ainda alguns elementos simbólicos: a) no coroamento da edificação, bem no centro, a estátua do deus grego Apolo, protetor das artes; b) carrega em suas mãos duas liras, significando o descanso da alma agitada; c) sentadas aos seus pés, duas figuras femininas com trombetas: uma segura um livro e a outra uma máscara, relembrando a arte do teatro; d) de cada lado da composição central há duas esculturas que representam, da esquerda para a direita, as seguintes artes: escultura (talhadeira e martelo), música (lira), pintura (pincel e aquarela) e letras (livro); e e) logo abaixo, bem ao centro da composição, o busto do artista que dá o nome ao Theatro, o músico paulista Carlos Gomes.

Lá dentro, a disposição interna do salão é baseada no modelo italiano de “teatro em ferradura”, com uma série de galerias superpostas em torno do auditório principal. Uma pintura do artista mineiro Homero Massena se destaca no teto do Theatro, retratando o compositor Carlos Gomes junto a três dos maiores músicos mundiais que o inspiraram: Wagner, Bach e Verdi.

O Theatro Carlos Gomes está localizado na circunferência da Praça Costa Pereira, a mais importante do centro da cidade. Está no meio do caminho entre a Catedral e a Igreja do Rosário. Conta atualmente com uma intensa programação cultural, que pode ser consultada no site da Secretaria de Cultura do Governo do Estado.

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