Pousada Refúgio na Serra: a melhor opção de hospedagem em Mucugê
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Preciso ser sincero. Eu não me hospedei na Pousada Refúgio na Serra durante a minha estada em Mucugê. Na verdade, eu nunca tinha ouvido falar dessa pousada antes de chegar a Mucugê. Não vi relatos sobre ela na Internet e nem citação no Guia Quatro Rodas desse ano. Mas, ainda assim, eu a considero a melhor opção de hospedagem em Mucugê.
E eu explico o porquê!
Eu conheci a Pousada Refúgio na Serra completamente por acaso naquela esticadinha que dei em Mucugê antes de seguir viagem até Rio de Contas (leia aqui). Nós estávamos à procura de um lugar para almoçar quando lembramos de umas placas afixadas na rua principal da cidade que indicavam o Restaurante Cascalho. Nossa vontade de conhecer lugares novos nos levou até ele. Ainda bem!
Almoçar no Cascalho nos causou um mix de sentimentos contraditórios. Explico. Ficamos positivamente surpresos com o restaurante e, principalmente, com a pousada que funciona no mesmo local, a Refúgio na Serra, mas, ao mesmo tempo, com bastante remorso e frustração por não tê-los conhecido antes e, acima de tudo, por não termos nos hospedado ali no início da viagem. Mas para vocês entenderem o porquê dessa frustração e porque eu considero a Pousada Refúgio na Serra a melhor opção de hospedagem em Mucugê, eu preciso falar primeiro daquilo que eu considero a maior “furada” de toda a nossa viagem: a pousada que ficamos em Mucugê.
Por essas tristes obras do acaso que devem fazer algum sentido em nossas vidas, mas que eu ainda não consegui achar, nossa opção de hospedagem em Mucugê foi a fatídica Pousada Mucugê, que, por sinal, é a mais conhecida da cidade e a mais bem conceituada no Guia Quatro Rodas. Infelizmente, eu não posso propagar esse conceito. Nossa passagem por lá foi tão traumática e decepcionante que eu preferia nem falar sobre isso. Mas eu não tenho alternativa se o que eu pretendo é justamente te livrar dessa mesma “roubada”.
A Pousada Mucugê teria passado fácil pelo meu padrão BBB de hospedagem – boa, bonita e barata – se não tivéssemos vivido uma verdadeira sequência de traumas por lá. As instalações são bonitinhas, os quartos são confortáveis e o café da manhã satisfatório.
Mas nada disso foi capaz de apagar da memória os traumas que vivemos nela! Acompanha comigo.
Quando chegamos na pousada, nós não pudemos ocupar imediatamente o quarto porque ele não estava arrumado. E olha que nós chegamos quase uma hora após o horário previsto para o check-in. Segundo o atendente, houve um atraso na arrumação dos quartos porque os hóspedes anteriores demoraram a sair.
Tudo bem. Nossas férias estavam apenas começando e nós não ficaríamos estressados por esse pequeno imprevisto, não é mesmo? Por isso, aproveitamos que era hora do almoço e saímos para comer.
Uma hora e meia depois estávamos de volta à pousada e… nada! O quarto ainda não fora arrumado e nós precisaríamos aguardar mais um pouco.
Não tem problema! Ainda tínhamos paciência de sobra e, embora cansados, estávamos doidos para conhecer a cidade. Assim, para ticar o primeiro lerê da nossa lista de atrativos fomos conhecer o Projeto Sempre-Viva, sobre o qual eu já falei aqui. Ficamos quase duas horas por lá quando decidimos voltar novamente para a pousada.
Bingo! O quarto fora definitivamente arrumado e nós poderíamos ocupá-lo. Antes, porém, o atendente nos explicou:
_ Colocamos vocês no quarto ao final do corredor para que não se incomodem com o barulho de pessoas andando. É que nós estamos com um grupo de excursão na pousada.
O sinal amarelo acendeu na hora: grupo de excursão?????
“Que azar!”, pensei comigo. Entre as duas opções mais recomendadas de hospedagem em Mucugê, eu recusara o Alpina Resort justamente por seu grande porte e porque, no site, há várias fotos de… excursões!
De qualquer forma, a atitude do atendente teria sido louvável não fosse pelo fato de a providência adotada ser absolutamente inútil. Nada poderia minimizar os transtornos e os barulhos causados pelo tal “grupo de excursão”, eufemismo utilizado para definir o grupo de adolescentes “encapetados” que ali se hospedara! Aliás, “encapetados” é pouco para definir o comportamento de 60 – eu disse 60!!!! – adolescentes unidos numa excursão de escola longe dos pais!
O sinal avermelhou definitivamente na nossa primeira noite.
Fomos dormir cedo porque, além de estarmos cansados da viagem, queríamos acordar cedo no dia seguinte para conhecer a Cachoeira do Buracão, em Ibicoara (sobre a qual falei aqui). Mas o esperado sono tranqüilo passou longe! Às 22:00h os adolescentes chegaram do jantar e tomaram conta – literalmente – do pedaço. Só se ouviam as vozes estridentes dos garotos e garotas alvoroçados e ainda pouco acostumados aos níveis de hormônios que eles começavam a alcançar. Insistimos e ignoramos o quanto pudemos. Mas quando o sono foi embora de vez e já não era possível recobrá-lo sem as condições propícias, levantei-me da cama, troquei a roupa, coloquei o papel com a lista de “normas” da pousada debaixo do braço e me dirigi à recepção para cobrar do funcionário não mais que o cumprimento da regrinha de número 12: “em respeito aos demais hóspedes, pedimos a gentileza de não fazer barulho após as 21:00h” (ou qualquer coisa parecida).
Após muito tempo, o silêncio se fez.
Na manhã seguinte, estávamos convencidos a trocar de pousada. Só mudamos de idéia após avaliar que não compensaria o esforço de arrumação das malas e a inevitável perda de tempo para passar só mais uma noite em Mucugê. Afinal, nós passaríamos o dia inteiro fora e sequer teríamos condições de deixar a pousada no tempo hábil para o check-out. Sem falar que, até então, eu não conhecia outra opção apropriada de hospedagem. Ir para o Alpina seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.
O que eu e a Renata realmente não contávamos era que a agitação dos adolescentes cresceria – em proporções geométricas – à medida que eles se enturmavam na excursão. Na segunda noite, o caos foi ainda pior: um karaokê foi ligado e eles passaram a revezar o desafino e o mau gosto em alto e bom tom! Dá pra acreditar?
Foi preciso provocar novamente o rapaz da recepção para que se fizessem cumprir as regras da pousada e diminuir o barulho. Dessa vez, eu já nem tinha esperanças de que ele pudesse cessar.
Agora junta tudo isso à total falta de habilidade dos responsáveis pela pousada para vocês fecharem com chave de ouro a seqüência de traumas. Em nenhum momento nós fomos procurados por quem quer que seja para um pedido de desculpas. Eles nem sequer demonstraram qualquer preocupação pelo nosso bem-estar. Até parecia que o ambiente que nós experimentamos era exatamente aquele que se espera de uma pousadinha rústica num lugar bucólico!
Nos sentimos completamente desamparados e sem ter a quem recorrer. Uma verdadeira tragédia, se me permitem o exagero. É por isso que eu não posso te recomendar um lugar desses. Principalmente depois que eu conheci a Pousada Refúgio na Serra.
Para mim, a Refúgio na Serra foi uma daquelas gratas surpresas que, por obra de um destino meio invocado, vem quando elas já não são mais necessárias. Não haveria outra forma de expressar a sensação de descobrir uma pousada que possui exatamente aquilo que eu espero de uma pousada no mesmo lugar em que eu tive a experiência mais desastrosa da minha vida em termos de hospedagem.
Como eu disse acima, nós não passaríamos a noite em Mucugê. Estávamos apenas à procura de um lugar para almoçar. E, quando eu encontro esse lugar, eu percebo imediatamente o quanto fui burro: bastava eu perguntar ao primeiro transeunte que eu visse na rua para descobrir que, a poucos metros da Pousada Mucugê, mais precisamente, na rua de trás, havia uma alternativa bem mais aprazível para a nossa segunda noite de sono em Mucugê que compensaria todo o trabalho de arrumação da mala e tempo perdido.
Mas toda a minha frustração estará superada se eu conseguir convencer você, leitor do “Rotas”, a se hospedar na Pousada Refúgio na Serra quando for a Mucugê. E eu tenho certeza que, um dia, você vai a Mucugê!
A Refúgio na Serra é a típica pousadinha bacana. Pequenina, aconchegante, decorada com bom gosto e com quartos confortáveis. São apenas 6 quartos/cabanas, o que lhe garante total distância de excursões. Precisa falar mais alguma coisa?
Mas aí você me pergunta: se a Refúgio na Serra é isso tudo mesmo que você está falando porque é que você não a encontrou antes? Simples. É que a pousada foi inaugurada há pouco tempo e ainda não deu o ar de sua graça nos guias de 2011. Mas eu não tenho dúvida de que, em breve, ela será aclamada como a melhor pousada de Mucugê pelos guias mais autorizados (porque pelos menos autorizados, como o “Rotas”, ela já é!).
Mesmo que, por algum motivo que eu não imagino e nem quero saber, você não esteja hospedado na Refúgio na Serra, você pode conhecer a sua versão “aberta ao público” e almoçar ou jantar no Restaurante Cascalho, como eu fiz.
Junto com o “Point da Chapada” (veja aqui), o Cascalho compõe o lado mais gourmet de opções gastronômicas em Mucugê. Não que os itens do cardápio sejam propriamente sofisticados. O Cascalho serve, por exemplo, filé mignon à parmegiana, carne de sol e lombinho suíno. Mas o ambiente do lugar e o tempero da comida fogem um pouco do padrão caseiro dos estabelecimentos mais tradicionais da cidade, como o Restaurante da Dona Nena e o Sabor e Arte.
Nós, por exemplo, comemos uma porção de quibes (R$12,00) de entrada e um filé à parmeggiana (R$48,00) como prato principal. E não seria nenhum exagero dizer que esse foi um dos melhores filé à parmeggiana que comemos na vida! Nem tanto pelo prato, que estava bem gostoso, é fato. Mas muito mais por um detalhe pra lá de especial chamado José Ruben de Macêdo Almeida ou simplesmente Zé “Pelo Mundo”.
O Zé “Pelo Mundo” é o verdadeiro responsável pelo tal mix de sentimentos contraditórios que eu falei acima. Ele é o dono da Pousada Refúgio na Serra e, claro, do Restaurante Cascalho. Foi ele quem nos recebeu ali e fez questão de nos apresentar toda a sua propriedade, incluindo a sua belíssima casa. O Zé acabou fazendo um resumo da sua história e de como abandonou sua vida em Salvador e foi parar ali, em Mucugê. Descobrimos, inclusive, um ponto de contato: ele é muito amigo do pai de um amigo da irmã mais velha da minha esposa, a Gabriela. Deu pra entender? Amigo do pai de um amigo da minha cunhada (a propósito, vai aqui um beijo pra você, Gabi, pro Gui e para a minha afilhada, Julinha! Camilinha, não fica com ciúmes não! Um beijo para você e pro Zé também! Dudu, Nathinha, beijo! Chris, não esqueci de você, não! Beijo! Pai, mãe, Rodolpho, Edna, beijo pra vocês também! Enfim, família, beijo pra todo mundo que o rol é extenso! J). Eu sei que esse ponto de contato é beeeeeeeem longínquo mas foi suficiente para nos tornar ainda mais próximos. E, considerando ainda que a companheira do Zé mora em Vitória e que ele conhece quase tudo aqui, nos sentimos praticamente em casa, conversando com um amigo.
Conversando não, ouvindo. Poucos minutos de contato com o Zé bastam para você se colocar na lucrativa posição de ouvinte. Sim, porque ouvir o Zé falar é uma experiência altamente rentável. Você ouve e instantaneamente ganha dicas de como viajar melhor, de como aproveitar melhor a sua viagem, de como valorizar os pequenos detalhes de uma viagem, de como perder o medo do desconhecido numa viagem, de como se abrir para o novo numa viagem, de como a vida é uma eterna viagem e, enfim, de quão importante é para nós uma viagem. O Zé é praticamente uma viagem em pessoa. Do alto de seu oitavo passaporte, ele já rodou o Brasil inteiro, quase toda a América do Sul, os Estados Unidos, o Japão, o Egito e muitos outros países, dos quais eu destaco, por ser absolutamente incomum, o Nepal.
E, como se não bastasse a inspiração que o Zé nos dá para querer viajar sempre mais, ele ainda me deu dicas práticas de como seguir viagem até Rio de Contas e de qual caminho pegar para o meu retorno à Vitória. Dois conselhos que foram cruciais para eu dissipar as dúvidas que ainda tinha sobre o assunto.
Acho que, com esse “breve” resumo da nossa passagem pelo Restaurante Cascalho, eu consigo explicar porque o nosso filé à parmeggiana sagrou-se como um dos melhores filé à parmeggiana da nossa vida e também porque a Refúgio da Serra é a melhor opção de hospedagem em Mucugê. Resumindo o resumo: tudo por causa do Zé!
P.S.: e assim eu pago a minha dívida e conto a história que deixei em aberto no post sobre Mucugê!
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Evans, sugiro que vc entre em contato com a Pousada pelo site deles indicado no post.
Procurei um espaço pra que eu pudesse elogiar a Pousada Refugio na Serra mas não encontrei e esse blog foi o que me recomendou e indicou a pousada, achei justo falar aqui. Estive agora em outubro na Chapada Diamantina e saí de lá maravilhada! É um lugar incrível e de tirar o fôlego. Fiquei três dias em Mucugê na Pousada do Zé Rubens (Refúgio na Serra) e saí de lá muito satisfeita. A pousada é uma gracinha, os quartos são bem amplos e arejados. Camas confortáveis e grandes… O local é muito silencioso e o quarto tem bastante privacidade. O café da manhã é maravilhoso, fico com água na boca só de lembrar rs… Só tenho elogios a cidade de Mucugê e Lençois. Abraços e parabéns pelo blog que é de enorme utilidade para os amantes de viagens!
Obrigado pelo feedback, Nathalia!