2º dia no Salar de Uyuni: enfim, o salar!

publicado por Tiago dos Reis em 21 de novembro de 2011
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Esse post pertence à série “Outras Rotas” do “Rotas”. Nela, os nossos blogueiros fazem relatos de suas viagens fora do Espírito Santo. Se quiser conhecer mais sobre esses relatos, basta clicar na aba “Outras Rotas” ali no topo do site para ter acesso a todos os posts separados por destino.

Nosso segundo dia começou cedo. Acordamos as 08:00h, tomamos um café reforçado no hotel e partimos antes mesmo das 09:00h.

O programa enviado pela agência previa um breve passeio a pé às ruínas de Pueblo Queimado, que ficam praticamente ao lado do hotel. Essas ruínas são de um antigo povoado que foi completamente destruído – e queimado – pelas tropas chilenas que invadiram a Bolívia na Guerra do Pacífico em 1879. Mas, novamente, o Elizardo seguiu o seu próprio itinerário e “pulou” essa parte. “Pulou”, não… mudou tudo. Mais uma vez, o Elizardo inverteu a ordem das coisas e nos levou a uma atração programada para outro dia, a Cueva Galaxia.

Para piorar, ao chegarmos lá, tivemos outro pequeno aborrecimento com o Elizardo. Embora eu tivesse contratado um tour que já incluía todas as taxas para entrada nos lugares a serem visitados, ele nos disse que, por ser uma propriedade privada, seria preciso pagar uma taxa de visitação. Eu retruquei, mostrando-me surpreso com a informação. Deixei claro que, em nenhum momento, a agência tinha feito aquela ressalva e que, nesse caso, nós preferíamos não visitar a gruta. Depois de alguma relutância, ele foi até a entrada da gruta para conversar com a pessoa que lá estava e tentar resolver a situação. Em seguida, retornou dizendo que contornara o problema e que a nossa entrada estava, então, autorizada.

Essa gruta foi descoberta no ano de 2003 por dois bolivianos. Um deles, ainda vivo, é quem recepciona os turistas e dá todas as informações sobre o lugar. Segundo ele, a presença de algas e corais petrificados nesse lugar é a prova geológica de que, há milhares de anos, a região do Salar era coberta por água.

Além disso, algumas catacumbas de povos indígenas da era pré-colombiana foram encontradas numa pequena abertura ao lado desse salão, conhecida como Cueva del Diablo.

Na parte de cima da gruta, abre-se uma bela visão do imponente Salar de Uyuni. Ali você já começa a sentir a emoção de estar de cara com o salar.

Em seguida, deixamos a Cueva Galaxia e, 20 minutos depois, alcançamos a área do Salar de Uyuni.

Para quem até agora não sabe o que nós fomos fazer nesse tal de Salar de Uyuni, eu explico: trata-se do maior deserto de sal do mundo. No lugar onde, há milhares de anos, existia um imenso lago de águas salgadas formou-se um incrível deserto branco todo formado por sal. São quase 13.000 km2 de puro sal espalhado por uma planície enorme e limitada, por um lado, pelo horizonte e, por outro, pelos Andes. No meio, pequenas “ilhas” de cactos.

O cenário é de outro mundo! A imensidão é tamanha que você não enxerga as bordas do salar. Por isso, em algum ponto do infinito, você vê o céu tocando o chão.

No verão, quando o período de chuvas começa, o espetáculo fica ainda mais bonito por causa da camada de água que se acumula acima do sal. Forma-se um imenso espelho e o céu fica refletido no chão.

O mais próximo que eu consegui reproduzir dessa imagem foi isso:

Essa foto eu tirei numa pequena poça de água que eu encontrei no limite do deserto com o povoado de Tahua, onde passamos a noite. Foi o máximo de água que vimos sobre o sal. Durante o inverno, o salar fica seco, seco…

Seco e resplandecente! A branquidão do salar é tão grande que chega a ofuscar a visão da gente. É quase impossível ficar sem óculos escuros!!

Se a sua imaginação for tão fértil como a minha, aquele branco todo vai fazer você se sentir nas nuvens!

Tirando as paradas estratégicas para fotos, a parada oficial no meio do salar se dá na chamada Isla Incahuasi, onde há um museu, um restaurante e banheiros. Ali o nosso almoço seria servido. Enquanto ele era preparado, aproveitamos para circular e conhecer toda a extensão da ilha, que não é muito grande.

A ilha é recheada de cactos. Nos pontos mais altos, a gente consegue até visualizar os tempos em que o salar era lago. Vê se isso não parece uma praia:

Até a marca das ondas eu vejo ali!

Uma hora depois, o almoço foi servido. Sopa de quinoa, legumes cozidos, arroz, batata frita e carne de lhama. Só faltou o feijão!!!

Depois do almoço, o Elizardo nos deu mais 1 hora de permanência na ilha para aproveitarmos o salar. Saímos em busca de mais fotos no meio daquela branquidão.

Sem alguém que pudesse nos ajudar, improvisamos as fotos-clichês oficiais do salar com o nosso mini tripé. Vai dizer que você nunca viu uma foto como essa do Salar por aí?

Eu vi aos montes e, mico ou não, não ia perder a oportunidade de ter a nossa. Fizemos várias.

Nós sentados:

Nós andando:

Nós beijando:

E, claro, nós pulando:

Foi assim que cumprimos o nosso papel de turistas abobados no salar!

Não era nem 15h quando deixamos a Isla Incahuasi. E nem 16h quando chegamos no povoado de Tahua, onde ficava o nosso hotel. Houve um visível constrangimento por parte do Elizardo ao constatar que o nosso tour terminara 1 hora antes do previsto. Ele até tentou nos convencer a ficar mais algum tempo parados no salar, tirando fotos. Mas a iniciativa não foi suficiente para contornar o fato de que estávamos sendo prejudicados com as adaptações de itinerário que ele fizera.

O salar aos pés do Vulcão Tunupa

Nesse dia, passamos a noite no Hotel de Sal, da Rede Tayka, que fica aos pés desse vulcão aí de cima, o Tunupa.

O padrão de conforto é o mesmo dos demais, mas tivemos a impressão de que esse era cuidado com menos esmero que o de Pedra. Sua principal diferença, como o nome já diz, é ter sido erguido com blocos de sal.

Até algumas peças do mobiliário foram feitas com sal.

Para terminar o dia, um jantar reforçado com sopa de quinoa, arroz, salada e carne ensopada.

Mais uma vez, para a tristeza de nós, brasileiros, nada de feijão!!! 🙁

Continua…

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Comentários

  1. 21 nov 2011

    Adorei as fotos!! Clichê ou não, TEM q fazer, pq são bacanas acima de tudo. A de vcs pulando é sensacional. Esse lugar tá na nossa lista de desejos viajantes há tempos… parece espetacular!! 🙂

    • 22 nov 2011

      Lucia, eu tenho até medo de te recomendar algum lugar!! Você conhece o mundo todo!!! 😉
      Mas o Salar é realmente espetacular! Não tinha como não tirar essas fotos! rs

  2. Liliana
    22 nov 2011

    Nossa, as fotos estão demais!
    Obrigada por compartilhar tudo isso com a gente!
    Um blog exige muita dedicação. Admiro quem consegue colocar todas as viagens no papel.
    Eu “ensaio”um blog de viagens há tanto tempo, mas apesar de algumas tentativas sempre acabo deixando de lado.
    Estou curiosa para saber o desfecho da viagem!
    bjs

    • 22 nov 2011

      Oi, Liliana. Manter o blog atualizado dá trabalho, sim. Mas é muito prazeroso! Vá em frente!

  3. 26 nov 2011

    Mas esses posts estão um verdadeiro escândalo. Eu sei… eu sei… estou ficando repetitiva.

    Curiosidade: qual câmera você usou? As cores ficaram fantásticas 😀

    • 28 nov 2011

      Oi, Natalie. Como já te disse, minha máquina é uma Sony HX1. Ela é da linha semi-profissional da Sony, mas me atende perfeitamente bem.
      Brigadão pela visita (e elogio)!

  4. 27 nov 2011

    Menino, o que é este lugar! Tenho acompanhado seus posts rapidamente pelo smartfone, mas hoje no note vi tudinho, desde o inicio.
    Talvez não se lembre, mas trocamos alguns e-mails quando estava ajudando minha filha a preparar a viagem dela e voce me mandou várias dicas e até uma planilha do que estava pesquisando. Ela foi, mas no esquema coletivo com perrenges, e põe perrenge nisto, então tava doida pelos seus posts pois quero ir com um pouco mais de conforto, mas pelo que tenho acompanhado da sua viagem, para estar neste paraiso a gente não escapa dos perrenges mesmo. Mas não vou desistir não, e continuo aqui acompanhando tudinho. Abraços

    • 28 nov 2011

      Claro que eu me lembro, Flora! Você é a prova viva de como eu desejava essa viagem há tempos… rsrs
      Pois então, eu fiz o modo menos root de viajar e, infelizmente, tive um contratempo mesmo. Mas, como eu explicarei no próximo post, foi um grande azar meu aliado à irresponsabilidade do motorista. Uma pena!
      Ainda assim, eu recomendo muito o salar. Só sugiro que, no momento da contratação, você exija um pouco mais de cautela da agência quanto ao motorista e, de preferência, contrate um guia para acompanhá-los. Com duas pessoas de apoio, fica mais seguro.
      Volte mais vezes!
      Abs

  5. Ana Paula Araujo
    28 nov 2011

    OIe!!
    como sempre, amo seus posts!
    Fotos sensacionais! Perfeito!

  6. Sérgio
    17 set 2013

    Pretendem, conhecer o salar em julho de 2014, mas iremos de carro entrando na cidade de Puerto Suarez, vc fez esse trecho de carro ? alguém ja fez esse trecho de carro, sabe alguma informação ? também buscamos companheiros que queiram viajar conosco, de carro, Brasil, Bolivia e Peru em 30 dias, procurem post no mochileiros.

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