3º dia no Salar de Uyuni: perdidos no salar! (3ª parte)
Esse post pertence à série “Outras Rotas” do “Rotas”. Nela, os nossos blogueiros fazem relatos de suas viagens fora do Espírito Santo. Se quiser conhecer mais sobre esses relatos, basta clicar na aba “Outras Rotas” ali no topo do site para ter acesso a todos os posts separados por destino.
Desculpe-me pela falta de fotos. Mas, como vocês devem imaginar, nesse dia nós não tivemos cabeça para pensar em tirar fotos! Por isso, vou ilustrar esse post com fotos de outros dias, ok?
Eu torcia para que a Renata dormisse o máximo possível e não tivesse tempo, nem consciência, para se desesperar. Eu preferia não imaginá-la sofrendo na madrugada do salar! Enquanto a Renata dormia no meu colo, eu me pus a rezar. Era a única coisa que me restava fazer naquele breu total.
Era quase 22:30h quando a Rê se levantou. Não contive a frustração ao vê-la acordando. Eu insisti para que ela dormisse mais. Mas, em seguida, foi ela que não se conteve. Ela chorou. Eu chorei com ela. Nós choramos.
Depois de algum tempo, eu desci para ir ao “banheiro”. Quando eu me preparava para retornar ao carro, a Rê grita: “é ele!!!!”. Ao fundo, beeemmm ao fundo, luzes andavam no meio do salar. Luzes que pareciam sair dos faróis de dois carros.
Eu já não tinha dúvidas de que era o nosso resgate. A Renata ainda duvidava por se tratar de dois, e não de um carro, como nos foi dito pela agência. Mas eu achava improvável que outras pessoas transitassem por ali àquela hora sem um propósito definido.
Imediatamente eu comecei a piscar o farol para aumentar a visibilidade. Eles andavam reto à nossa esquerda. Em certo ponto, eles viraram à direita e passaram a andar à nossa frente. Tivemos ainda um último minuto de desespero quando os carros, que estavam vindo em nossa direção, deram uma volta e começaram a andar na direção contrária. Nossos corações pularam e, por um rápido momento, pensamos que poderia não ser o nosso resgate. A Renata não se agüentou e começou a correr em direção a eles gritando por socorro. Eu corri atrás dela.
Mas foi só os carros pararem e as pessoas que estavam neles andarem em nossa direção para nós desabarmos de vez. Desabamos de tanto chorar. Desabamos de alívio. Desabamos porque o pesadelo parecia ter chegado ao fim.
Para nossa surpresa, o Elizardo estava em um dos carros. Ele veio imediatamente em nossa direção se desculpando e pedindo calma. Enquanto isso, nós chorávamos. E só.
Além do Elizardo, havia três outros homens. Dois vieram com ele em um dos carros. O outro, descobrimos depois, era o Juan Carlos, guia enviado pela agência, que veio em outro carro. Por ironia do destino, as duas frentes do nosso resgate se encontraram e chegaram ao mesmo tempo. Ironia, não! Sorte! Como o Juan Carlos nos confessaria durante o trajeto para o hotel, ele estava nos procurando desde as 17h no salar e já tinha desistido de fazê-lo durante a noite. Ele decidira esperar pelo amanhecer para retomar as buscas. Nisso, quando ele regressava para o povoado, ele viu um carro vindo na direção oposta. Desconfiado, parou para pedir informações. E quem estava no carro? O Elizardo. E o que o Elizardo estava fazendo no carro? Voltando para nos resgastar (ou melhor, para resgatar o carro). Foi só por isso que o Juan Carlos conseguiu nos encontrar!
No final das contas, aquele que causou todo o nosso perrengue foi também quem nos achou. Mas até na hora de dar fim ao problema o Elizardo se mostrou um pouco irresponsável. Ao chegar ao povoado, ele não se preocupou simplesmente em voltar para nos resgatar. Ele foi atrás de um carro que fosse apropriado para guinchar o dele. Por isso toda a demora. Hoje eu até compreendo a preocupação dele com o seu único instrumento de trabalho: o carro. Mas acho que ele menosprezou toda a situação. E o que é pior: mostrou todo o seu despreparo para lidar com situações adversas envolvendo turistas.
Depois que recobramos a “sanidade”, eu e a Renata carregamos as nossas coisas para o carro do Juan Carlos. Ele nos ofereceu água e um cobertor para amenizar o frio. Ficamos lá dentro, quietinhos, esperando ele conversar com o Elizardo e sair. Não nos desgrudamos mais. Eu e a Rê chorávamos muito ao lembrar de tudo aquilo. Eu nem consigo traduzir o motivo do nosso choro. Alívio, remorso, raiva, medo.
Quando o Juan Carlos entrou no carro para, enfim, partirmos, o Elizardo apareceu na janela, chorando e nos pedindo desculpa. De novo, sentimos pena dele. Nós sabemos que nada disso teria acontecido se não fosse pela irresponsabilidade dele. Nós sabemos também que tudo poderia ter sido resolvido de forma menos dramática se não fosse pela irresponsabilidade dele. Mas, no fundo, nós também sabemos que ele não fez nada disso por mal. Por isso que, apesar de tudo, a gente não conseguia ter raiva dele. Raiva a gente sentia da agência que nos reservara um guia altamente despreparado.
No trajeto até o hotel, o Juan Carlos nos explicou a questão das rotas no salar. Que, devido à variação de espessura nas camadas, os carros não podem transitar por qualquer lugar. Que o ideal é que os motoristas sigam os rastros de pneus no salar. Que esses rastros são um sinal de que aquela “estrada” é segura. Que o lugar onde a gente parou não era rota de carro. Que o Elizardo não deveria ter passado por ali. Que ele estava nos procurando desde as 17h etc, etc, etc. No carro, eu conversei também com o Daniel, da Fremen Tours, pelo telefone via satélite. Ele se mostrou preocupado com a nossa condição e satisfeito com o nosso resgate. Além disso, nos explicou o que aconteceria dali pra frente: o Juan Carlos nos levaria até o Hotel de Pedra (onde deveríamos ter almoçado!!!!) para passar a noite. Lá eles nos serviriam um jantar.
No meio do caminho, eu me dei conta de que perdera o meu Ipod. Na pressa para trocar de carro, eu esqueci de conferir se algo ficara no banco de trás. E o meu Ipod estava lá. Eu liguei novamente ao Daniel para informar e pedir que o localizassem. Ele prometeu fazê-lo assim que o Elizardo entrasse em contato (detalhe: até aquele momento o Elizardo não tinha entrado em contato com a agência!!!!!).
Nós chegamos no hotel à 01:30 da madrugada. Todos os funcionários estavam na porta a nossa espera. Nós entramos e choramos. Nós jantamos e choramos. Nós tomamos banho e choramos. E depois de chorar tanto, nós, enfim, dormimos.
Acordamos às 09h para tomar café. Na noite anterior, quando a gente chegou ao hotel, eu tive uma última conversa pelo telefone com o Daniel, da Fremen. Nela, ele sugeriu que acordássemos as 06h para prosseguir com o 4º dia do tour. Eu ri disso. Não havia a menor chance de acordarmos as 06h (era quase 02h da manhã) e, muito menos, de prosseguirmos o tour. Nós só queríamos voltar para San Pedro do Atacama e nada mais! Quando revelei a ele a nossa vontade, ele concordou e combinou que o Juan Carlos nos levaria direto até a fronteira pela manhã. Saindo às 10h, chegaríamos ao Chile por volta de 15h ou 16h.
Mas miséria pouca é bobagem! Ou a urucubaca era grande demais ou alguma coisa queria que nós não saíssemos da Bolívia. Quando a gente entrou no carro para partir, adivinhem? O carro não ligava!!!! O Juan Carlos tentou de tudo. Mas o carro simplesmente não ligava. Parece que alguma coisa acionara o sistema anti-furto do carro dele e, por isso, o sistema elétrico fora desligado.
Enquanto ele improvisava de mecânico, nós ficamos esperando dentro do hotel.
Uma hora depois e… nada! Eu pedi a ele que entrasse em contato com o Daniel para relatar o problema. Em seguida, o Daniel me liga e, novamente, se desculpa. Ele se mostrou atordoado com a situação e prometeu enviar outro motorista para nos buscar. Mas, assim como o Juan Carlos, ele sairia de Uyuni e, portanto, levaria aproximadamente 3 horas para chegar até nós.
Nesse momento, eu “estourei” com o Daniel. Eu estava tão aflito para voltar para San Pedro que eu não me agüentei. Disse que eles tinham estragado a minha viagem, que a Bolívia tinha sido um pesadelo para nós, que eu exigia todo o meu dinheiro de volta, que eu estava insatisfeito por não tratar com o Gijs, da Ruta, que eu sequer sabia porque a Fremen me contactava. Ele tentou me explicar o que eu já te expliquei. Que a Ruta e a Fremen são parceiras e esta última é quem se encarrega de executar o tour de Uyuni. De todo modo, ele me garantiu que eu seria ressarcido e de que eles me levariam até o Chile.
Era quase 13h da tarde quando o carro do Juan Carlos ligou. Assim, antes mesmo do outro carro chegar, nós finalmente poderíamos partir. Porém, com uma mudança de última hora devido ao atraso. Ao invés de nos levar para a fronteira de Hito Cajón, de onde nós partimos no início do tour, ele nos deixaria em outra fronteira, a de Ollague. Segundo ele, essa era a melhor opção porque o trecho boliviano da estrada era mais curto e o chileno, apesar de maior, era mais “civilizado” (em outras palavras, as estradas eram demarcadas e, em boa parte, asfaltadas).
O Daniel, da Fremen, também me ligou sinalizando que essa era realmente a melhor opção. E nos informou, ainda, que, no Chile, um transfer estaria a nossa espera para nos levar até San Pedro.
Chegamos na fronteira do Chile às 16h. O transfer chileno ainda não havia chegado. Esperamos mais 2h para, finalmente, trocar de carro. Após os trâmites de imigração, entramos na van e não saímos mais até chegar em San Pedro, à meia-noite.
Por sorte, eu dei um espaço de um dia entre o término do tour de Uyuni e a volta para o Brasil. Caso contrário, teríamos perdido o vôo. Parece que eu estava adivinhando, né?
Foi assim que terminou o nosso pesadelo boliviano. Devo ressaltar que o Gijs, da Ruta Verde, nem titubeou em me devolver todo o dinheiro do tour. Além disso, ele se encarregou de fazer com que o meu Ipod chegasse até o Brasil. Por essas e outras, eu preciso reconhecer o profissionalismo e a seriedade da Ruta Verde e da Fremen Tours. Eles me deram toda a assistência durante o acidente e souberam reconhecer e reparar, dentro do possível, o erro.
Mas, como eu já deixei claro ao Gijs em nossas conversas por e-mail, eu também não posso deixar de manifestar a minha insatisfação com a escolha do motorista. Sem falar nos deslizes dos dois primeiros dias, o Elizardo se mostrou altamente despreparado para enfrentar situações como essas. Talvez por querer preservar o seu emprego, ele não fez o que a agência me disse ser a recomendação para esses casos: entrar em contato imediatamente pelo telefone. Na verdade, ele sequer sabia usar o telefone via satélite. E isso, sem dúvida alguma, potencializou o nosso problema. O despreparo do Elizardo atrapalhou tudo. E num tour onde se paga uma pequena fortuna (U$1.100,00 por pessoa) para garantir tranqüilidade e segurança não deveria haver espaço para motoristas despreparados.
Mas quer saber? Superado o trauma, eu não tenho receio em dizer que, mesmo com todo esse perrengue, não nos arrependemos nem um pouco do tour a Uyuni. Essa região da Bolívia é belíssima e esconde atrações naturais imperdíveis e singulares. Em qualquer outro lugar do mundo, aquilo ali seria um destino de ponta do turismo internacional. O único problema é que os bolivianos ainda não souberam – ou não puderam – se estruturar para explorar esse tesouro que eles tem. É emblemático, por exemplo, que a agência de um holandês (a Ruta Verde, do Gijs) seja a mais recomendada por “gringos” para fazer esse passeio. E mais emblemático ainda que, mesmo com todas as limitações de infra-estrutura, tem muito, mas muito gringo indo pra lá!
Só uma coisa eu faria diferente numa próxima vez: contrataria um guia que falasse inglês para nos acompanhar durante todo o trajeto. As chances de acontecer um problema desses com mais uma pessoa dentro do carro seriam bem menores.
P.S.: Se eu falar que, ao chegar no aeroporto de Calama para voltar ao Brasil, nós tivemos que enfrentar um outro problema, você acredita? Pois acredite! O funcionário da LAN não conseguia localizar a reserva da Renata e, por isso, não encontrava a sua passagem. No final das contas, tivemos que comprar novamente a passagem de volta da Renata para o Brasil. Mas, perto do que vivemos na Bolívia, isso nem foi tão grave assim J. E a TAM está me reembolsando o dinheiro por reconhecer o seu erro.
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Putz! que fim!!!
Mas… graças a Deus, no final deu tudo certo!
Parabéns pela viagem, pelos relatos e lóoooooooooooooooogico, pelas fotos!
Ah, qual o próximo roteiro?
Ana Paula, nossa cota de “turismo de aventura” no ano estourou… rs
Agora vamos atrás de sombre e água fresca na Bahia!
Pois venham para Paulo Afonso, eu adoraria ver seus relatos dessa cidade maravilhosa! Quente que só um caldeirão fervente, porém ótima! Não tem muita sombra, mas é a cidade das águas… rs. Dá uma pesquisada, tenho certeza que vcs vão adorar…
Confesso que nunca tinha ouvido falar dessas propriedades de Paulo Afonso, Ana Paula.
Quem sabe um dia? 🙂
Nossa, quanto perrengue! Que “bom” que tudo aconteceu no fim da viagem, né? Assim vocês puderam aproveitar o Atacama sem problemas.
Eu estive só em La Paz e em Copacabana, mas também fiquei com a impressão de que a Bolívia ainda não conseguiu explorar todo seu potencial turístico. E mesmo assim os gringos adoram o país, né?
Camila, eu pensei exatamente como você. A nossa “sorte” foi que tudo aconteceu no final!
Nossa, tô sem fôlego…
volto mais tarde pra comentar direito
Uau! Pelo menos o final foi feliz. Dentro da situação, o melhor que poderia acontecer era o resgate então vamos dizer que foi, né?
Devo concordar com vc que fora a péssima escolha do motorista, tb recomendaria a agência pelo tratamento com vcs pós problema.Aliás, acho que é só assim que se conhece uma empresa, quando se tem um problema com ela. Problemas podem acontecer sempre, mas uma empresa séria sabe como administrá-los . Aliás, que sorte a sua ter o problema com a TAM resolvido facilmente. Eu já tive alguns que me fizeram tomar muita raiva deles.
Vamos aguardar a próxima rota!
bjs
Sem duvida, Liliana.
Como eu disse, no final das contas, eu nao posso reclamar da Ruta porque eles souberam reconhecer o erro e repara-lo dentro do possivel.
Meu Deus Tiago, que agonia vcs passaram! Eu deixei os ultimos posts do Outras Rotas acumularem na minha inbox e so hoje tive tempo de le-los, meus olhos nao desgrudaram da tela do computador enaquanto eu lia os 3 relatos, senti a apreensao de vcs em cada linha do que vc escreveu e qd li que vc nao aguentou e chorou quase chorei junto tambem de tanto nervoso pela situacao de vcs! Eu me imaginei no lugar de vcs, sem comida, cobertores, a noite, e sem saber se seriam resgatados ou nao!
Gracas a Deus vcs sairem ilesos dessa, parabens pela sua fortitude e por compartilhar a experiencia de vcs conosco, esse tipo de informacao eh valiosissima para pessoas como nos que gostam de se aventurar por esse mundao afora! O seu post sobre o Deserto do Atacama havia chamado nossa atencao e ja haviamos incluido o roteiro na nossa to-so list, gracas a vc agora podemos nos preparar melhor para nossa viagem, muito obrigada por um blog muito informativo e que vc nunca mais passem por uma experiencia tao desagradavel quanto esta!
Abracos,
Eda
Valeu, Eda!
Nao se preocupe porque, no Atacama, nao ha risco nenhum de uma coisas dessas acontecer… rs
Eu sei que a perna da viagem no Atacama correu bem Tiago mas nos nos interessamos em fazer o Salar tb qd lemos seu relato dai o meu post 🙂
Caramba,
Li os posts do perrengue de um fôlego só. Foi realmente uma experiência intensa, embora totalmente desnecessária se o motorista tivesse um mínimo de preparo. Estou acostumado a ver coisas parecidas (embora menos traumáticas): agências que contratam condutores sem o preparo necessário. No Blog do Aventura Mango eu sugiro que se leve sempre um rastreador portátil via satélite chamado Spot. Poderia ter sido útil para informar exatamente a posição. Ainda bem que, ao final, só ficaram as recordações para serem compartilhadas e não houve nenhuma seqüela maior. Abraços
Oi, Jodrian.
Nao conhecia esse rastreador. Quem sabe numa proxima? 🙂
Eu realmente achei que o tal telefone via satelite fosse suficiente para garantir a nossa seguranca. E no final das contas ele que nos salvou!
Abs
Queridos amigos,
Que aflição!
Quando vocês me contaram isso, eu não fui capaz de imaginar tamanho desespero, mas com seu relato Tiago, quase chorei junto! Tô engasgada!
Graças a Deus, que protege vocês, tudo deu certo no final!
beijos.
Opa, visita ilustre aqui no blog, hein Andressa?
E olha que eu nao sei se consegui passar toda a tensao que sentimos nessas 12 horas!
Tiago,
Vi seu comentario no blog do Junior (http://diariodemochileiro.com/bolivia-expedicao-salar-de-uyuni-1-dia/) e por ter dito que passou por um contrapento, cheguei até aqui para ler seus relatos!
Fiquei desesperada!
Estou indo para Uyuni no dia 31 de dezembro!
Você contratou o serviço da agência antes? Foi por indicação?
Eu vou com o meu namorado, mas queriamos um tour com um grupo. Essa agencia com que foi, fazia o serviço ara grupos também?
Abraços!
Carollina
Oi, Carolina!
Desculpe-me pela demora em responder, mas o corre corre de final de ano me afastou um pouco do blog.
Respondendo as suas perguntas: a) sim, eu contratei a agência antes e, como relatei, escolhi após uma grande pesquisa (com a ajuda do Viaje na Viagem); b) pelo que vi, a agência faz passeios com grupo, sim, mas num esquema menos roots do que as agências em SPA.
Eu tive muito azar no meu passeio. Mas creio que a Ruta Verde seja uma agência bem séria. A forma como eles repararam a situação mostra isso.
Abs
Nossa Tiago! Fiquei angustiada com seus relatos! Sigo seu blog desde das postagens sobre a Chapada da Diamantina e gosto muito da menaeira que vc escreve. Mas que perrengue…
Tem razão, chega de aventuras por enquanto! rsrs Sugestão: Caraíva, sul da Bahia. Procure na internet, acho que vc não vai se arrepender.
Fernanda
Fernanda,
Nem me fale em Caraíva que me dá vontade de ir correndo!!! rs
Eu conheço praticamente todo o sul da Bahia e vou pra lá frequentemente. Não me canso de descansar lá!
Abs
Nossa, cheguei ao seu relato por meio do blog do Ricardo Freire.
Estivemos na Bolívia há um ano, pela Cordillera Traveller, e o passeio ficou bem aquém do esperado por culpa do despreparo do motorista. A Bolívia é linda, mas só volto lá quando houver o mínimo de estrutura (e pensava que com a Ruta Verde poderia levar meus pais para lá). Só para vcs terem uma ideia, na visita aos geiseres, uma das placas de lama se rompeu – diferentemente de SPA, não há qualquer sinalização – e uma gringa – que estava em outro carro – caiu na lama quente e sofreu queimaduras sérias na perna. Em nenhum dos carros havia primeiros socorros, não havia telefone que pegasse (acho que não tinha via satélite) e não havia nenhum guia que entendesse inglês. O destino da gringa: foi levada até a enfermaria de uma mina, a cerca de 50 minutos do local, e foi medicada.
Na verdade, infelizmente o material humano da Bolívia é despreparado para o turismo. O motorista que nos levou de volta a SPA nos disse que ninguém gosta de morar no Uyuni, pois são poucas as oportunidades de trabalho. E não há qualquer incentivo para que os motoristas aprendam mais sobre o lugar ou a falar uma segunda língua.
Resta torcer para que incidentes como o seu não aconteçam novamente e que, aos poucos, haja preparo das pessoas que atuam no batalhão de frente do turismo do Uyuni.
Nossa, Giovanna, tenso isso, hein?
Eu tb tive essa mesma impressão sua qt à falta de estrutura. O que é uma pena, pq o país tem paisagens belíssimas!
Assustador! Realmente dá uma angústia sem tamanho ao ler o desespero de vocês.
Desisti de realizar o sonho de conhecer o salar aos 45 do segundo tempo por causa vários relatos que li. Mudei a passagem, e segui pro sul do Chile depois do Atacama. Não me arrependo, mas ainda o farei um dia com o devido conforto e segurança. Ele não vai mudar de lugar.
O de vocês, que entre eles de longe consta a pior situação, só confirma que independentemente da agência e de todo o planejamento, ninguém está livre de infortúnio no deserto de sal e arredores. E pra variar, quando não é o carro, é a irresponsabilidade dos motoristas. Ou um, ou outro, ou os dois.
Obviamente que quem puder e ir não tiver restrições, vá. Paisagem surreal e única não é todo dia que a gente vê.
Aliás, lembrei de uma notícia triste de 2008:
http://news.sky.com/home/world-news/article/1314892
Como pode, né? naquela imensidão… Inacreditável.
Caramba!!! Como pode mesmo!!!
Não sabia disso. Aliás, melhor assim… pq, do jeito q eu já estava grilado de ir para o Salar, se eu soubesse disso talvez não teria ido.
Pois é, Tiago… nem me fale. Existe até um memorial pras 13 vítimas:
http://images.travelpod.com/users/teamjamesnshell/1.1303364470.memorial-for-people-who-have-died-on-the-salt-.jpg
Enfim, parabéns pelas ótimas fotos, relatos e pela realização do seu sonho. Felicidades aos dois!
Chorei ao ler seu relato… e chorei ainda mais com a emoção do resgate!
Obrigada por compartilhar cada detalhe.
Que Deus continue abençoando vocês!
Um abraço.
Obrigado, Leila!
Nossa, q historia!!! Eu fiz o trajeto inverso em 2010 e correu tudo bem, para quem ta pensando em fazer o tour saindo de Uyuni recomendo a Colque Tour! 🙂
Tiago, graças a Deus vocês saíram ilesos dessa! Chocada com seu relato e ao mesmo tempo grata, pois era um roteiro que estava considerando para logo.
Enquanto lia seu texto, pensava na questão do rastreador. Como uma agência que faz tours para um deserto não tem um equipamento de geo-localização nos dias de hoje? E um sinalizador? Não dá pra acreditar! E o dono da agência é holandês! Como pode? E a notícia que o Naldo linkou aí em cima?! Não carregam caixa de primeiros socorros!
Fazer turismo aqui no Brasil também pode ser bastante complicado, sobretudo se contratamos motoristas freelas, que não possuem o suporte e treinamento de uma agência profissional. Quando fui para os Lençóis Maranhenses, a partirdes Caburé, tratamos um bugueiro para nos levar à Tutóia, passando por Rio Novo. Claaaaro que o bugue quebrou no meio do areial. Demorou um bocado, mas ele conseguiu consertar. Mas a paisagem não era nem de longe esta do Salar. Lembro até de passar um burrinho por ali.
Mas enfim, relatos como o seu são IMPORTANTÍSSIMOS para que fiquemos atentos e percebamos que turismo não é brincadeira e a nossa segurança não tem preço!
Muito obrigada por compartilhar tudo sempre!
Lena,
Sabe q eu nem tinha me tocado com esse negócio de rastreador? Mas hj eu vejo o quanto ele seria importante e como tudo poderia ter sido diferente se nós tivéssemos um no carro.
Obrigado pela visita aqui no blog!
esqueça meus e-mails, Tiago, é que cousa de computador tem seus truques, a gente tem que clicar sobre um pt bem determinado para os textos entrarem.
Vocês estão fazendo um magnífico trabalho de orientação para outros turistas. Sinceros parabéns!
Anneliese
Nossa, Thiago, que perrengue. Tô pensando seriamente em deixar pra depois, talvez qdo houver uma infra melhor. Sou muito medrosa e a perspectiva de ficar perdida no meio do nada me assusta. Acho q vou estender meus dias em San Pedro e seguir direto de Calama a La Paz.
Oi, Graziela, bota perrengue nisso. Assim, foi muito azar ter acontecido isso conosco.
Você pode ir e não acontecer nada e conhecer paisagens de outro mundo. Mas vai ter que assumir um certo risco, porque esses acidentes não são tão raros assim no Salar. Pensa direitinho e procure prestadores de serviços sérios para minimizar esse risco.
Que terror hein.
Não chegaram a pensaram usar o Diesel do carro + a bateria para acender uma fogueira? A fumaça teria ajudado a localizá-los, aqueceria e acredito que traria um conforto psicológico.
Irei até Machu Piccho de carro e o item número 1 do meu check list é um manual de sobrevivência em deserto + 1 pederneira + um estoque grande de água!
De qualquer forma foi ótimo vocês terem relatado o problema, pois vou me preparar o máximo possível pra este tipo de situação.
Igor, pra falar a verdade, eu não sabia dessa possibilidade, não. Confiei tanto na segurança do tour que acabei me esquecendo de pesquisar sobre manual de sobrevivência em deserto. A gente aprende.
Obrigado pelo comentário!
Pense pelo lado positivo, tens uma história única para contar, e ainda saíram ilesos. Poderia ter sido mais dramático, se o resgate não tivesse sido feito na mesma noite! Parabéns pelo relato!
Com certeza, Felipe!
Obrigado pela visita.
Tiago, parabéns pelo relato. Fiquei emocionada com a situação,a coragem e o resgate. ao mesmo tempo fiquei encantada com o lugar e gostaria muito (apesar do medo) conhecer. Então me diga vc lendo um relato desses teria coragem de ir ? Recomendaria a Ruta verde ou pesquisaria outra ? E, o que não podemos deixar de precaver e que teria ajudado numa situação como essa? Já comprei passagens para Chile para abril 2015, mas ainda estou titubeando pelo Salar …
Obrigado
Gente, que horror! Estou arrepiada! Suas fotos são lindas, mas, se uma das melhores agências é assim, imaginem as outras…Vou ficar só pelo Atacama mesmo. Agradeço pelo minucioso relato.
Nossa gente, eu chorei nesse relato de vcs…vou pra lá em abril do ano que vem e estou pesquisando. Fiquei bem emocionada. Boas viagens pra vcs.
Obrigado, Daniela! Boa viagem pra você também.
QUE COISA EIM!!!!!!
MAS GRAÇAS A DEUS DEU TUDO CERTO, NADA MELHOR DO QUE ESTA EM CASA! O NOSSO BRASIL.
ABRAÇOS A VCS, E MUITAS VIAGENS!
Obrigado, José!
Tiago
ao ler seu relato de tantos perrengues desisti do tour de 3 dias no salar. Vou pensar no de 1 dia apenas.
Obrigada pelas informações detalhadas.
Sabe se existe outro tipo de transporte de Uyuni até San Pedro de Atacama (avião, ônibus????), porque estou muito interessada nos tours de atacama.
Tânia, se eu te falar que sonho em fazer esse tour de novo você volta atrás na sua decisão? É sério. Não é porque aconteceu comigo que vai acontecer com você. É só tomar mais cuidado e ter atenção à agência prestadora do serviço.
Quanto ao transporte, eu não sei te dizer.
Tiago e Renata;
Não consigo imaginar o desespero que vocês passaram. Uma vez meu marido e eu ficamos 15 minutos parados numa praia em Atins, no interior do Maranhão, porque não conseguímos ligar o quadriciclo, e a maré subindo com água já na metade das rodas. Sim, 15 minutos! Mas o desespero da praia deserta e ausência de sinal no celular me deixou realmente perturbada.
Estamos indo para o Atacama em janeiro e estou negociando com a Ruta Verde o mesmo passeio que vocês fizeram, porém, parei no mesmo problema do pagamento (como se não fosse caro o suficiente, ainda cobram um adicional de 5,5% para pagamento em cartão!) o valor hoje está em US$1.218 por pessoa.
Não sei se agradeço por ter achado seu blog ou choro por antecipação. Mas independente das minhas dúvidas, obrigada por compartilhar sua tragédia com outros viajantes.
Oi, Heloisa! Muito obrigado pelo comentário. E me desculpe a demora em responder. Esse final de ano foi bem complicado pra mim.
Olha, eu sempre digo isso: apesar de tudo o que aconteceu, eu ainda recomendo esse passeio e a Ruta. No final das contas, o problema todo se refere à preparação dos motoristas bolivianos. Mas a Ruta tratou o problema de foram muito profissional e acho sinceramente que, depois do ocorrido comigo, eles devem ter ficado ainda mais atentos quanto a isso.
Se puder voltar aqui para compartilhar a sua experiência, eu agradeceria muito! Boa viagem!
Tiago e Renata, estou lendo pela segunda vez seu relato, pra decidir se vou ou não no Salar.
A Ruta Verde me parece a menos pior das empresas… Mas o perigo parece muito grande pra arriscar. O ideal me parece que seria ir em dois carros, em um comboio…
Oi, Andrea! O comentário que fiz para a Heloisa vale pra você também: apesar de tudo o que aconteceu, eu ainda recomendo esse passeio e a Ruta. No final das contas, o problema todo se refere à preparação dos motoristas bolivianos. Mas a Ruta tratou o problema de foram muito profissional e acho sinceramente que, depois do ocorrido comigo, eles devem ter ficado ainda mais atentos quanto a isso.
Eu não deixaria de fazer a viagem por isso. É uma região incrível, com paisagens incomparáveis. Vale a pena!
Emocionante relato, Tiago. Pratico 4×4 há mais de uma década e irei para a região brevemente, daí acabar no seu blog. Prefiro não comentar o ocorrido, mas elogiar o ótimo legado que deixa de alerta ao se passear em Uyuni.