Enfim, Paris!
Esse post pertence à série “Outras Rotas” do “Rotas”. Nela, os nossos blogueiros fazem relatos de suas viagens fora do Espírito Santo. Se quiser conhecer mais sobre esses relatos, basta clicar na aba “Outras Rotas” ali no topo do site para ter acesso a todos os posts separados por destino.
“Nada mais me interessa senão Paris. Paisagens, detalhes, comentários sobre este trecho da viagem não merecem registro ante a expectativa de que todos estão possuídos de chegar a Paris.”
O trecho acima foi escrito pelo meu avô em 23 de agosto de 1966 no seu famoso diário de viagem que eu lhes apresentei aqui. Incrivelmente, a sensação que meu avô descreveu há 46 anos foi exatamente a mesma que eu e a Renata sentimos no dia 19 de abril de 2012, dia em que finalmente chegamos em Paris.
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Não seria exagero afirmar que a nossa viagem de lua-de-mel não oficial à Europa nasceu em função de Paris. Somente a passagem por ela era certa e intocável desde o início do nosso planejamento de viagem. Foi em torno dela que todo o resto foi encaixado e adaptado de forma a não interferir nos dias em que sonhávamos estar em Paris. Como eu disse aqui, nós abrimos mão da sonhada viagem ao interior da Toscana, de Londres, Amsterdã e até das cervejas e chocolates da Bélgica em consideração a ela. Porque, no final das contas, nada nem ninguém poderia atrapalhar a nossa intimidade com Paris.
Foram 9 dias inteiros que dedicamos a conhecer Paris. Desses 9 dias, 4 foram reservados para explorar as atrações incluídas no Paris Museum Pass, seguindo o roteiro que a Patricia Camargo, do Turomaquia, sugere nesse post. Com isso, cumprimos o nosso papel de turista de primeira viagem e ticamos um arsenal de lerês da cidade, como o Museu do Louvre, o D’Orsay, o l’Orangerie, o George Pompidou, o Rodin, o Arco do Triunfo e o Palácio de Versailles. Os outros lerês essenciais, como a Torre Eiffel, a Notre-Dame, a Sacre-Couer, a Opera Garnier, o Rio Sena e muitos dos lugares que fizeram a festa dos intelectuais americanos em Paris na década de 20 foram espalhados pelos 5 dias restantes, aproveitando que a ideia era flanar pela cidade sem maiores compromissos.
Daí eu lembro novamente o que meu avô registrou em seu diário no dia 25 de agosto de 1966: “as sensações que sentimos em Paris são tão grandes e variadas que me custa a concentrar e compor a imaginação para registrar o que se passa a cada dia”. De novo, as palavras dele me caem como luva. Confesso que Paris me bloqueou por um bom tempo. A inspiração zerou por completo e, até hoje, tá custando a voltar. Meu receio de não conseguir fazer um relato à altura do que a cidade merece foi tanto que me fez evitar ao máximo chegar nesse ponto da viagem aqui no Rotas e quase me levou a desistir de completar a série “Rotas na Europa” (não é mesmo, Dona Renata?).
Mas eu desencanei. Me dei conta que esse meu bloqueio mental e essa inspiração zero não são coisas isoladas e nem por acaso. Eles sempre acontecem naquelas situações de grande adrenalina ou emoção, em que os sentidos parecem travar. Aquele momento em que você paralisa na hora H por mais que tenha se preparado a vida toda para ele, sabe? Pois então. Deve ter sido exatamente isso o que me aconteceu em Paris.
Não há outra explicação para o fato de eu não conseguir descrever em um post a sensação que sentimos ao passear pelas margens do Rio Sena; ao ver a Torre Eiffel pela primeira vez; ao subir ao seu topo e assistir ao entardecer lá do alto; ao ver, em “carne e osso”, as “Ninféias” de Monet, no L’Orangerie, o “Auto-retrato”, de Van Gogh, no D’Orsay, o Arlequim, de Picasso, no George Pompidou, a escultura do “Pensador”, de Rodin, em seu próprio museu; ao assistir uma missa na Notre-Dame; ao subir a ladeira de Mont-Martre rumo à Sacre-Couer; ao vislumbrar todo o egocentrismo e loucura de um rei nas paredes, salões e jardins do Palácio de Versailles; ao perceber que, sim, a Shakespeare & Co, o Maxim’s, o Café del Flore e a Brasserie Lipp, por onde passaram Hemingway, Fitzgerald e Cia, continuam lá, vivinhos da silva; ao perceber que um metrô pode ser a oitava maravilha do mundo quando ele te leva para qualquer canto da cidade; e, como não?, ao dar um bonjour com um biquinho meio atravessado ao atendente do caixa de um supermercado e se sentir um parisiense paraguaio.
Não dá, gente! Não dá!
Enfim, tô explicando tudo isso só para me justificar pelo fato de a etapa “Paris” da viagem possivelmente acabar por aqui. No máximo, deve vir por aí só mais um post para falar sobre o nosso hotel na cidade, que eu considero o melhor de todo o nosso roteiro e uma grande dica para os leitores. Quanto ao resto, meus caros, não há o que dizer, só o que relembrar. 😀
De todo modo, informações para planejar a sua ida a Paris não faltam na blogosfera de viagem. Para um ótimo começo, faça como eu: leia, releia e re-releia os blogs Conexão Paris, Viaje na Viagem e Matraqueando. Só neles tem informações para mais de semanas de pesquisas.
Eu só preciso te alertar para uma coisa: Paris causa bloqueio mental.
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A primeira vez que fui a Paris, fiquei assim, meio estática também. A cidade é linda demais. Mas com Paris, aconteceu o contrário do que geralmente acontece quando gostamos muito de um lugar. Cada vez que voltei eu gostei menos. Sem dúvida alguma é a cidade mais bonita que já visitei na vida. Cidade no sentido selva de pedra, e não uma cidade natureza como o Rio. E por isso mesmo eu nunca escrevi sobre ela no blog. Já fui muitas vezes, tenho informações legais, mas o medo de passar esse sentimento e não ser compreendida é maior. E você merece aplausos pelo roteiro europeru. Pouquíssimas pessoas admitem que é melhor visitar menos países/cidades para de fato conhecê-los melhor e de verdade na primeira vez. 9 dias em Paris é um bom tempo para curtir o clima romântico da cidade e fazer turismo!
Opa! Brigadão, Liliana!
Acho que essa nossa viagem à Europa foi dosada na medida certa em matéria de tempo. Nunca pensei que houvesse tanto prazer em caminhar sem compromissos pelos lugares que a gente vai, ainda mais em cidades que tem tanta coisa a nos oferecer ao ar livre. E, por incrível que pareça, me arrependi um pouco de alguns lerês que a gente achava que era necessário fazer, como o Palácio de Versailles. Eu preferia continuar explorando a meiuca de Paris.
Mas entendo essa decepção posterior que você teve com a cidade. Não é raro acontecer comigo também. Na primeira vez, a gente fica meio anestesiado e tudo parece perfeito demais. Os desgostos só aparecem depois.
Mas que eu tenho invejo dessa sua proximidade toda com Paris, eu tenho, viu? 🙂
Causa mesmo, Tiago. E como causa. Impossível falar tudo sobre Paris. Vejo, revejo as fotos, e não sai uma linha sobre o que vivemos lá. Não vejo a hora de voltar.
Então você é das minhas, Celia! 😉
Tiago,
Apesar de ser encantada com esse sul cheio de sol e cheiros de lavanda, temperos e mar, preciso me reabastacer de Paris, seja voltando, seja revendo fotos. Ela deixa a gente sem palavras, mas acho que você conseguiu exprimir bem essa ideia, e me lembrei da primeira vez que vi a torre Eiffeil, sozinha, ha oito anos. Eu era uma turista de nariz vermelho, por causa do frio e do choro que não contive quando cheguei aos pés dessa dama de ferro. Chorei, porque tinha realizado o sonho da minha vida. Paris era meu sonho de 15 anos, que realizei com alguns anos de atraso, e que me abriu as portas pro mundo. E quando voltamos do Brasil este ano, com a passagem na mão, indicando Paris como destino final, falei pra Bernardo: parece que estamos viajando de lua-de-mel, temos a sorte de todo ir todo ano à Paris, mesmo que seja num voo de conexão.
E que sorte, hein Natalia! Ser vizinha de Paris é um baita privilégio. Ainda mais nesse “sul cheio de sol e cheiros de lavanda, temperos e mar”! 😉
Aproveite cada dia dos seus dias por aí.
Oi, Tiago. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia Paulista
\o/ Valeu, Natalie!!
Fui a primeira vez em 2010, na minha lua de mel, em setembro. E realmente, Paris me estragou. Eu era disneymaníaca, nunca imaginei que fosse me sentir daquela forma. Meu padrão aumentou, mas como boa viajante, quero sempre descobrir novos lugares, e sempre me sinto “traindo” Paris. Penso diariamente no meu re-retorno (voltei em agosto de 2012 para um roteiro completamente diferente do lerê basicão), e se me perguntarem, acho que tenho roteiros pré-formados para vinte voltas.
Enfim, te entendo, Paris é inexplicável, inesquecível…
Que bom que me entende, Livia! 😉
Muito bom esse post.
Gosto de ler histórias pessoais, sentimentos, sensações durante a viagem. E você mostra isso muito bem.
Ops, #corei!