Trancoso budget? Sim, é possível.
Esse post pertence à série “Outras Rotas” do “Rotas”. Nela, eu faço relatos das minhas viagens fora do Espírito Santo. Se quiser conhecer mais sobre esses relatos, basta clicar na aba “Outras Rotas” ali no topo do site para ter acesso a todos os posts separados por destino.
Se você tem mais de 30 anos e nunca foi a Trancoso, provavelmente já ouviu falar que Trancoso é uma vila de pescadores, frequentada por hippies e com uma praia de nudismo. Na sua cabeça, pois, Trancoso seria um lugar rústico, simples e barato, certo?
Errado.
A Trancoso dos anos 80, meu caro, já não existe mais. Como disse a Silvia Oliveira, do Matraqueando, nesse post, essa história de Trancoso ser “um povoado localizado no Sul da Bahia que se originou de uma aldeia jesuíta há quase 500 anos” foi o pretexto perfeito para ela se tornar um dos lugares mais caros do litoral brasileiro. Paulistas endinheirados e celebridades do mundo inteiro resolveram fazer do lugar um hotspot internacionalmente famoso (e inflacionado!!!!), principalmente no reveillon.
O circuito hippie-chic-olho-da-cara de Trancoso se espalha em pousadas de charme, restaurantes de chefs estrelados e barracas de praia estilosas, que chegam a cobrar R$70,00 de consumação por pessoa para você se deitar naquelas espreguiçadeiras ou camas de casal à beira-mar. Mas acredite. A gente passa batido por ele e nem por isso deixa de curtir o que Trancoso tem de bom.
Estou aqui para te provar que uma Trancoso budget é possível.
Com algumas raras exuberâncias a que todo turista faz jus, nós sempre fizemos opção por uma Trancoso low cost. Ir de carro – coisa que para nós, capixabas, é algo absolutamente viável – já ajuda significativamente na redução do orçamento. O que eu gasto com gasolina para ir, voltar e andar por lá é muito menos do que eu gastaria indo de avião e pouco mais do que seria necessário para ir de ônibus (com a vantagem da liberdade de locomoção). Mas outros fatores são ainda mais preponderantes para isso: a gente se hospeda na mesma pousada há 4 anos – a Quarto Crescente – depois de encontrar nela o melhor custo X benefício possível para um período de carnaval (falarei sobre isso num post específico sobre a qual falei nesse post); vai às forras com um almoço pós-praia n’A Portinha, um ótimo restaurante self-service que fica em pleno Quadrado (R$41,90 o kilo); opta por barracas de praia nem tão badaladas assim para enganar a fome, como a Cabana dus Dotô e a Casa Timbó; e dá preferência a restaurantes locais, como o da Silvana e o Vitória, quando resolve jantar fora da pousada e abrir mão do farto chá da tarde que ela oferece (incluído na diária!!!).
A gente volta de Trancoso gastando o mesmo que gastaria em qualquer outro destino de praia nem tão famoso assim. Só que a gente estava em Trancoso, entende? Isso desequilibra qualquer comparação com outros lugares.
Caso queira, você poderá economizar ainda mais se abrir mão do Trancoso way of life na praia e dispensar os serviços e o conforto das famosas barracas. O item “praia” em Trancoso é um dos que mais pesam no orçamento de viagem. Além da consumação mínima por pessoa para dias de grande movimento, as comidas e bebidas nas barracas não são baratas. Em 2014, uma cerveja não saía a menos de R$9,00, uma caipirinha a R$18,00 e uma porção de peixe frito a R$60,00 (e olha que as barracas em que fomos nem eram tão “famosas” assim). Por isso, se você não fizer questão de se deitar em espreguiçadeiras e experimentar uma nova caipirinha de frutas a cada dia, leve barraca, cadeiras e comidas/bebidas pra praia (e o lixo, claro!). Farofar em Trancoso também é chique. 😉
Tá certo que esse modo… âââ… econômico de aproveitar Trancoso nos priva de conhecer aqueles locais que fazem Trancoso estampar revistas de decoração e gastronomia. Estrela D’Água? Etnia? El Gordo? Jacaré do Brasil? Capim Santo? Não vou negar dizendo que a gente não tem vontade de conhecê-los algum dia na vida. Mas, enquanto Trancoso for para nós o destino perfeito para um carnaval sossegado, a gente vai continuar sonhando e experimentando a conta gotas. É que só assim os atrativos naturais – e grátis – de Trancoso se farão possíveis pra nós todo santo ano.
Cada um sabe exatamente o bolso que tem.
No final das contas o que importa mesmo é que, pelo menos no quesito paisagem, não há diferença alguma entre a Trancoso budget e a hippi-chic-olho-da-cara. Cabe a você aproveitar a sua.
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Concordo com você, dá para ir a Trancoso sem precisar ser milionário como muita gente pensa. Mas ainda assim eu acho um roubo os preços até dos lugares baratos. Mas eu não conto porque eu acho tudo um roubo no Brasil. Fico anestesiada e perco até a vontade de fazer certas coisas. Mesmo assim acabo sempre voltando a Trancoso. Saio xingando os preços mas o amor pela Bahia é maior, hihihi.
Como vc mesma disse, preços altos no Brasil é a regra, infelizmente. Acredite: uma pousada em Guarapari infinitamente pior do que a que a gente fica em Trancoso tava cobrando bem mais pelo pacote de carnaval. Guarapari, entende? Não dá!
Por isso que a gente tem que dar os nossos pulos por aqui e aproveitar ao máximo sem ir à falência.
E pra quem conhece a Ásia e os preços risíveis praticados por lá como você deve ser ainda mais revoltante ver os assaltos que se praticam aqui.
Oi, Lili. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Tiago. comi bola 😛 te chamei de Lili sem querer
ops, me confundi com o comentário da Lili 😛
ahahahaha você eu perdoo, Natalie!
Brigadão pela citação. Muita honra!
Tô rindo aqui da confusão da Natalie,rs. Acho que a boia está precisando de férias. Porque para mim tudo é motivo para viagem mesmo, hahaha.
Eu me assustei com os preços dos frutos do mar. P/ quem tinha ido a Maceió se fartado de comer camarão a preços pra lá de convidativos, a ida ao sul da Bahia foi um choque. No almoço pós-praia eu indico o Aconchego, não fui n’A Portinha, pois me disseram q o Aconchego era tao bom qto e a um custo ligeiramente menor. Acabei não indo nas barracas de praia, só tomei uma água de coco, a gente voltava p/ comer no Quadrado ou proximidades. Achei o cardápio da Silvana um pouco caro e não experimentei, fui ao Sabor da Bahia, Vitória e Canto do Quadrado, este último bem jeitoso, pratos individuais com toque de chef, mas os preços eram razoáveis. Achei maravilhosa a pousada Quarto Crescente, boas instalações do quarto, atendimento maravilhoso, café delicioso e chá da tarde caprichado que substitui a janta. E o filme com pipoca era mto bom.
Essas são opções jeitosas p/ casal, mas dá p/ viajar mais em conta, se optar por pousadas e restaurantes mais simples, se afastando do Quadrado. Tem restaurantes de comida por kg e PFs mais em conta na Avenida Principal, na direção oposta ao Quadrado. Tem 2 supermercados por ali que ajudam bem.
Oi, Naomi. Obrigado pelas suas observações.
Você tem razão. Dá pra fazer uma Trancoso ainda mais econômica. Esse ano mesmo nós dividimos um chalé com outro casal na Quarto Crescente que tinha cozinha e a gente fez praticamente todas as refeições lá (comprando ingredientes no mercado). Saiu super em conta! E não deixamos de aproveitar um minuto sequer. Mas eu me baseei num padrão médio, entende? De um casal que não quer ter muito trabalho na viagem. Daí o enfoque.
Eu não troco a Quarto Crescente (e o chá da tarde!!!) por nada. É muito bom, né? Nem me fala do filme com pipoca! Ideal para aqueles finais de tarde com chuva! 😀
eh Tiago, eu procuro fazer uma viagem “padrão médio”, como vc disse. Pousada ajeitada, bons restaurantes. Nao me importo em comer PF e no kg, mas a gente tb quer comer uma comida típica, ir num restaurante legal c/ a cara metade, né?
Achei Arraial e Caraíva bem caras tb, mas são igualmente um charme. Agora Porto Seguro perdeu o charme em algum ponto da história… tem opções mais em conta, mas tb tem restaurantes caros e nem tão bons assim.
Tenho q escrever o meu relato sobre a região.
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Oi, Tiago, adorei seu post, vou dar uma boa olhada no outras rotas. Tô pesquisando uma trip pelo Sul da Bahia, Itacaré até Caraíva, e só acho indicação de resort nos blogs. Gosto muito de viajar, as vezes gasto mais em restaurantes do que deveria (!) mas não cacifo resort, se não vai virar 5 dias ao invés das 2 semanas de férias.
Oi, Glaucia! Obrigado pela visita e comentário.
Essa região é pródiga em pousadinhas interessantes. Pra quem gosta deste tipo de hospedagem, é o paraíso. 😉