O Museu de Biologia Professor Mello Leitão
Não se preocupe. Eu ainda vou fazer um resumo das principais atrações turísticas de Santa Teresa aqui no Rotas pra facilitar a sua visita. Mas, antes disso, eu preciso fazer um post específico pra falar sobre a principal atração turística da cidade: o Museu de Biologia Professor Mello Leitão.
O Museu Mello Leitão está localizado bem no centro da cidade, na área da antiga Chácara Anita da família Ruschi. Ele foi criado em 1949 pelo próprio Augusto Ruschi para dar suporte ao seu trabalho de pesquisa. Dois anos antes de sua morte, em 1984, ele doou a área para o Governo Federal, que hoje o administra através do Instituto Brasileiro de Museus.
Quem vê de fora nem imagina que por trás daquele muro se estende uma área verde de mais de 77.000 metros quadrados totalmente preservada.
Basta entrar para se sentir numa floresta viva. Os caminhos são emoldurados por árvores e flores de tudo quanto é tipo e cor.
Tem até um córrego que corta a área do museu praticamente ao meio.
É um cenário mais lindo que o outro.
O principal objetivo do Mello Leitão é inventariar e proteger a biodiversidade da Mata Atlântica da região. Por isso lá dentro existem alguns espaços dedicados a determinadas espécies da flora e fauna nativas, o que o torna um pequeno zoológico.
Seguindo pelo caminho à direita da entrada principal, você encontra um viveiro enorme com dezenas de espécies de aves em processo de readaptação que entoam uma cantoria incessante.
Mais à frente, tem um espaço com cobras, sagüis e araras vermelhas.
E, por fim, uma área com tartarugas.
Não preciso nem dizer que a Maria pirou com esses “bichinhos”, né? 😉
Dá pra se ter uma pequena idéia da grande biodiversidade da região no Pavilhão de Ornitologia, onde estão expostos centenas de animais taxidermizados (“empalhados”).
Mas saiba que o que há ali é só uma pequena amostra dos mais de 10.000 animais que integram a coleção do museu, iniciada na década de 30 pelo próprio Augusto Ruschi.
No quesito “flora”, o Museu conta com um orquidário – que estava fechado durante a minha visita –, a casa das epífitas e o jardim rupestre. Construído em 1940, o estande das orquídeas foi a primeira obra de Ruschi dedicada ao Museu. O chão reproduz a flor de uma orquídea.
Como o próprio nome já diz, a casa das epífitas apresenta plantas que utilizam outros vegetais como suporte, sem parasitá-los e sem entrar em contato com o solo. São orquídeas, bromélias, cáctus e samambaias que, infelizmente, a gente só conhece por fora.
Por fim, o jardim rupestre foi criado para abrigar uma vegetação típica de ambientes rochosos, que atraem certos tipos de colibris.
Pausa agora pra falar deles: os colibris.
Eu já contei nesse post a relação de amor que Augusto Ruschi tinha por essas aves e como ele contribuiu para o seu estudo e preservação. Foi Ruschi que revelou ao mundo que a maior concentração de beija-flores do planeta está em Santa Teresa. E sem o seu trabalho e luta, toda essa diversidade talvez não existisse até hoje.
O museu é hoje o atual depositário dos estudos e coleções científicas de Ruschi sobre os colibris. Mais do que isso, o museu é hoje o lugar onde a gente vive o amor de Ruschi pelos colibris.
Eu falo isso por causa desse lugar:
Esse lugar aí é conhecido comumente como “varanda dos colibris”. Não preciso nem explicar o porquê do nome.
A “varanda dos colibris” está situada na antiga residência da família Ruschi. Dentro dela funciona atualmente a administração e a biblioteca do Museu.
Mas é do lado de fora que ocorre um dos maiores espetáculos que eu já assisti.
Se você ainda não se deu conta, eu explico. São dezenas de beija-flores voando esquizofrenicamente para bebericar a água com açúcar dos potinhos afixados no teto. Nem a presença dos visitantes os afasta. Depois de alguns segundos de acomodação, eles passam a dar rasantes nos nossos ouvidos para voar de um potinho ao outro.
Não sei se a impressão é geral, mas para mim a cena foi mágica. Daquelas que causam torpor e nos faz querer bis.
Nós, pelo menos, quisemos e tivemos o nosso bis. Nós voltamos ao museu no dia seguinte só para contemplar a cena por mais alguns instantes. E nesse segundo momento de contemplação, eu imaginei Augusto Ruschi e agradeci. Agradeci por sua vida, por seu legado e, principalmente, por sua varanda.
O que eu vi lá está congelado até hoje na minha memória.
Informações úteis:
Museu de Biologia Professor Mello Leitão
Endereço: Av. José Ruschi, Nº 4, Santa Teresa – ES, Cep: 29.650-000.
Telefones: (27) 3259-1182 / 3259-1696 / 3259-2100
Horário de funcionamento: terça a domingo, de 08:00 às 17:00.
Entrada gratuita
Leia todos os posts sobre Santa Teresa aqui.
_______________________________
Siga o “Rotas” no Twitter
Curta o “Rotas” no Facebook
Jà tinha ouvido falar, mas agora deu vontade de ir o mais rápido possível conhecer. Parabéns!!
Bom saber disso, Vitor! Vale muito a pena mesmo!
Nossa, Tiago, LINDO post! E LINDAS as fotos, em especial as com as suas duas modelos prediletas! A do colibri também está demais! Parabéns!
Obrigado, Diana!
oi Tiago! Também fiz um post somente sobre o Museu! Adorei visitar lá! beijao 😉
Legal, Melissa, depois eu vou lá ler!
Boa tarde!
Gostaria de saber como posso fazer para realizar passeio com minha Turma?
Boa tarde. eu e meu marido somos cadeirantes e gostariamos de saber se é possivel a visita com cadeira de rodas.
Oi, Lilian.
O terreno do Museu é um pouco acidentado, mas há uma trilha de paralelepípedos em todo o percurso de visitação.
Eu realmente não saberia avaliar o nível de acessibilidade, infelizmente. Mas, pelo menos na parte baixa, onde ficam os animais em recuperação, acredito que é possível, sim.
A varanda e o pavilhão ficam em lugares elevados. Daí precisa de algum esforço para chegar até lá.
Bom dia
Gostaria de expressar publicamente a minha tristeza em saber que o museu Mario leitão encontra-se fechado. Estou com viagem marcada para pedra azul no inicio de julho e gostaria muito de conhecer o museu, em Santa Teresa por toda a sua beleza, historia e representatividade em nosso país. Sou amante da história e da cultura e vejo a desvalorização disso em nosso país. Realmente lamentável que os bares, restaurantes estejam abertos e que os museus encontram- se fechados. Somente penso que seguindo os protocolos das autoridades competentes é perfeitamente possível a abertura desses espaços.
por que diz que os beija flores voam esquizofrenicamente? esquizofrénico até onde eu sei, não voam.
alguém sabe por que os beija flores voam de um potinho a outro? são açucares de sabor diferente?