Rotas Capixabas, o retorno

Lá se vai quase 1 ano desde o útlimo post publicado por aqui. Para quem costumava frequentar o blog com alguma frequência (beijo, mãe! beijo, pai! beijo, Rê!), fica a impressão de que a casa anda mal-cuidada, às moscas, praticamente abandonada. E eu não vou negar que, sim, eu ando sumido.

Quem aprofundou nossas relações virtuais e já migrou do blog para as redes sociais (hoje reduzidas basicamente ao meu perfil no Twitter) sabe muito bem a razão deste sumiço. Ela atende pelo nome de Antônio, meu segundo filho, que nasceu justamente em junho de 2017.

A família Rotas reunida

Desde então, o que já era prioridade mínima na minha lista de ocupações diárias foi rebaixado ainda mais (pobre bloguito!). Tempo para blogar virou ativo escasso e valorizadíssimo.

Meu consolo é saber que muita coisa mudou nessa história de blog desde o começo do Rotas até aqui. Como eu falei, os leitores mais chegados – que logo se tornaram amigos virtuais ou reais – migraram pro universo das redes sociais e a audiência majoritária por aqui está nas mãos do Google. Praticamente 85% das quase 30.000 visitas que o Rotas (ainda!!) recebe mensalmente vem de lá. Outros 10% vem através de links diretos de outros blogs/sites. Conclusão: 95% das pessoas que me lêem hoje não chegam aqui pela página principal e não estão nem um pouco interessadas em saber como anda o blog, com que frequência ele é atualizado ou quem é o blogueiro. Elas vem aqui simplesmente atrás de ajuda no planejamento da viagem para o destino que estão interessadas. E pra isso pouco importa se quem vos fala é o Tiago ou um robô.

De todo modo, essa paradeira do blog tem me incomodado bastante nos últimos meses. Independentemente da frustração das expectativas de quem supostamente me lê, o que tá me pegando hoje é a frustração da minha própria expectativa. Eu nunca tive grandes pretensões para o Rotas e, exceto por alguns momentos de divagação e fantasia, nunca pensei em profissionalizá-lo (respeito muito quem o faz porque, com honestidade, trabalho sério e foco no conteúdo, é possível ganhar dinheiro com blog; mas esse nunca foi o meu objetivo por pura inabilidade tecnológica e incompatibilidade com o meu trabalho). O Rotas sempre foi um hobby e assim continuará a ser. Ainda assim, eu não criei isso aqui a esmo. Meu objetivo com o Rotas sempre foi torná-lo uma referência em turismo independente no Espírito Santo para cumprir uma dupla missão: ajudar a difundir o potencial turístico do Estado e, principalmente, ajudar quem decide conhecê-lo.

Daí que, quando eu olho pra trás nesses 8 anos de Rotas (sim!!! lá se vão 8 anos!!!) e vejo tudo o que, aos trancos e barrancos, eu construí até aqui, me dá um orgulho danado. Me dá orgulho, por exemplo, ver: a) a quantidade de conteúdo relevante que eu escrevi sobre Vitória e Vila Velha, principais portas de entrada do ES; b) das séries especiais que escrevi sobre Itaúnas, Pedra Azul e Santa Teresa; c) do conteúdo produzido (e surpeendentemente recordista de visitas) a partir do meu primeiro contato com o Caparaó Capixaba e a subida ao Pico da Bandeira pelo Espírito Santo; d) das minhas andanças por Outras Rotas, especialmente pós-bebê; e, claro, e) dos feedbacks e mensagens de carinho que recebo frequentemente na caixa de comentários ou por email, que me aproximam de pessoas que, por outra forma, eu nunca conheceria, como o incrível Sr. José. E é justamente esse orgulho que vem me causando inquietação diante dessa calmaria. Uma coisa que me dá tanto prazer e que me é tão cara afetivamente não pode ficar entregue à própria sorte, sofrendo com as intempéries do abandono virtual. Como eu sempre digo, o Rotas é como se fosse o meu primeiro filho. E ao menos por ora, eu não quero deixar esse filho sem pai. 😁

É desse orgulho e dessa inquietação que eu tô tirando motivação e, principalmente, inspiração para continuar o ofício que eu me propus por aqui.

Mas eu devo ser realista, claro. Não dá pra prometer frequência nem assiduidade diante do meu contexto atual. O que dá pra prometer é que, com alguma frequência e aos poucos, eu estou voltando à cena. Tô cheio de posts por terminar nos rascunhos, inclusive uma série especial sobre Manguinhos, na Serra, prometida há tempos e nunca cumprida. Se eu conseguir fazer pelo menos isso, já ficarei satisfeito. Só aí eu tenho conteúdo para uns 10 posts até o final do ano, o que, na atual conjuntura, é quase um recorde.

Enfim, esse é um post meio sem propósito com o único propósito de dizer que eu tô voltando. Não vai ser agora que o Rotas vai fechar as portas da casa, embora ele tenha chegado bem perto disso há algum tempo atrás. Trabalhei muito duro até aqui para desistir tão fácil assim.

Então, seja bem-vindo de volta ao Rotas (se é que alguém ainda me lê 😭)!