O dia em que o Rotas saiu do ar (ou o Rotas no divã)
Eram tantos os sinais de abandono aqui da casa que, talvez, ninguém tenha se dado conta que, por algum tempo, o Rotas saiu do ar. Eu mesmo ignorei o fato por algumas semanas e só fui me tocar no problema quando recebi um inbox no instagram de uma seguidora questionando se eu havia desativado o blog.
A pergunta me causou um baita incômodo. Depois de ensaiar um breve retorno (que eu festejei aqui), eu já havia assumido pra mim mesmo a paradeira ~ transitória ~ do blog e aceitado que, um dia… talvez quando Mercúrio se alinhasse à vigésima lua de Saturno e completasse o universo de condições que eu pensava serem necessárias… eu retomaria as atividades bloguísticas e daria as caras por aqui com mais frequência, aplacando principalmente a minha saudade e vontade de escrever. Mas daí a abrir mão de tudo e desativar o blog, jogando fora o sem número de posts que eu suei pra escrever (e que me dão um orgulho danado!) vai uma longa distância. Como eu disse naquela oportunidade, eu não estava – e nem estou – preparado ainda para fechar as portas do Rotas.
Mas, sim, o Rotas saiu do ar. Tudo porque eu esqueci de renovar o pagamento do domínio anterior (o .com). Aí algum transeunte mundo afora foi lá e o fez no meu lugar, interrompendo as conexões com o meu conteúdo. Depois que eu me dei conta disso, eu ainda tentei reavê-lo para manter o apego sentimental ao endereço tradicional. Mas, depois de semanas sem retorno por parte do atual proprietário, me rendi ao cansaço e optei por registrar um novo domínio. Só então – mais precisamente, semana passada – foi possível retornar o Rotas ao ar. Dessa vez com um novo endereço: o www.rotascapixabas.blog.br.
Passado o susto, talvez essa história toda não tenha sido em vão. Na verdade, há muito tempo eu procurava me reencontrar nesse ofício bloguístico depois que as redes sociais ressignificaram a produção de conteúdo na internet. Blogar era muito mais fácil no início (aqui eu falo do início dos anos 2010) quando bastava escrever e publicar um post. Depois, a coisa complicou um pouco. Além de postar, você precisava alimentar as redes sociais, adaptando o conteúdo à linguagem própria de cada uma delas. E a cada dia uma rede nova surgia!
(hoje, então, nem se fala! Não basta viajar, se inspirar e postar. Tem que se inspirar durante a viagem e ainda fazer stories o tempo todo!!! Mas esse problema eu já não vivo porque, como vocês sabem, abandonei a casa antes dessa “nova era”)
Em tempos de reels e dancinhas a la Tik Tok, blogar talvez seja a nova “máquina de escrever”. Tá oldfashioned (ou cringe, como se diz por aí). Se as pessoas mal lêem 280 caracteres, quem dirá um post com 3, 4, 5 parágrafos!!! O conflito de gerações é real. E lentamente eu acabei descobrindo a minha turma.
Eu, enfim, aceitei minha condição. Já tendo passado dos 40, estou longe de me considerar um analfabeto digital. Mas eu definitivamente não pertenço à geração plugada nas redes. Eu bem que tentei seguir a correnteza inicial e explorar as ferramentas de divulgação e interação com seguidores (leitores?) nos perfis do Rotas no Facebook, Twitter e Instagram, levando pra lá boa parte do conteúdo que estaria mais bem guardado aqui. Até a última repaginada do blog foi feita para atender essa nova realidade, como eu contei aqui. Mas eu confesso que cansei. A fase do deslumbramento com esse tipo de relacionamento passou. Dada a minha condição pessoal e profissional, fica absolutamente inviável compatibilizar um simples hobby com a vida “social” nas redes. Não há saúde física e mental que dê conta!
Por isso que trazer o “blog” pro endereço do Rotas foi uma espécie de auto-afirmação. Foi a forma que eu encontrei de assumir que isso aqui é e continua sendo um blog, meio jornalístico, às vezes poético, mas sem nenhuma pretensão profissional. Um lugar onde eu gosto de registrar relatos de viagem ao Espírito Santo (e outros lugares, claro) e também dicas para quem quiser nos visitar. Sem limite de caracteres e sem dancinha.
Eu precisava fazer essa “volta às origens” para ficar em paz comigo mesmo e quebrar a barreira psicológica que estava me impedindo de retomar o ofício. Digamos que esse ajuste de expectativas é o que me permite voltar a ver isso aqui como uma válvula de escape, e não mais como um fardo.
Enfim, tô fazendo mais um textão introdutório (Renata vai me matar!!!) para anunciar, pela segunda vez, que o Rotas voltou ao ar, junto com o seu autor. E dessa vez, com Mercúrio entrando definitivamente na órbita correta das minhas pretensões, eu realmente espero que essa retomada não seja só um vôo de galinha, como da última vez.
Depois de tanto tempo sumidos, eu preciso até reapresentar a família Rotas procês:
Daqui a pouco, Maria (9 anos) e Antônio (5 anos) assumem a direção por aqui. 😀
Eu não poderia terminar sem deixar de registrar 2 agradecimentos especiais. À Neca, sempre ela, responsável por trazer o blog de volta ao ar. E ao Ruy, meu terapeuta, cujas reflexões e ajuda foram responsáveis por trazer o blogueiro de volta ao blog.
Adorei a volta e o textão!!!
Bom demais ler seus posts! Leves, bem escritos e cativantes, não dá pra parar no meio, nos prendem até o final😉 Parabéns Tiago, e obrigada por nos proporcionar momentos “relax” mesmo com o pouco tempo que tem para o blog (conheço bem sua rotina de trabalho e atenção à família). Valeu!!
Que comentário mais especial!! Nem vou contar pra ninguém que você é a minha sogrinha amada!!
Obrigado pelo carinho e apoio, Chris!!!
Bom retorno, disse uma seguidora que está com o blog paradão…
A Silvia procurou você por esses dias e foi assim que ficamos sabendo que você havia dado uma pausa.
Ahaha a gente se entende, né Marcie? 😀
Uma amiga me contou do tweet da Silvia. Eu realmente precisava me afastar das redes. Não estavam me fazendo bem.
Bom demais a sua visita aqui! E espero que você reencontre o seu ânimo de retomar o blog também! #blogueirosunidos
Tiago, além de um guia para viagens e passeios, o Rotas é um canal de comunicação. Diálogo inteligente e leve é muito do que mais precisamos ultimamente. Super feliz com esse retorno! Bem-vindo de volta!
Que visita ilustre, Dudu! Obrigado pelas palavras carinhosas!
Uma leitura boa e descontraída dessas, fica até fácil querer abandonar as dancinhas do TikTok e as discussões do Twitter.
Opa! Não tinha visto esse comentário ainda!
Brigadão pela visita, Walerio! A casa é simples mas é cuidada com muito carinho. Volte mais vezes!