O Convento do Carmo
No diário que Dom Pedro II escreveu sobre a viagem que fez ao Espírito Santo em 1860, consta que, das capelas da Província, a que havia na Igreja e Convento do Carmo era a mais bonita que ele visitara. Hoje, no entanto, o turista que resolver checar as impressões do Imperador pode se frustrar profundamente. No mesmo local, ele encontrará uma edificação completamente remodelada, de valor arquitetônico bastante duvidoso, cujo estilo “eclético” nem de longe nos remete ao seu passado colonial.
O complexo arquitetônico do Convento de Nossa Senhora do Monte Carmo foi construído pela ordem dos Carmelitas Calçados, que chegou ao Espírito Santo por volta de 1675. Nessa época, duas outras ordens religiosas – a dos jesuítas e a dos franciscanos – já haviam se instalado por aqui e construído suas Igrejas (São Thiago e São Francisco, respectivamente). No caso dos carmelitas, o lugar escolhido para a construção da Igreja ficava numa parte mais baixa que as outras duas, bem próximo à encosta do maciço central que protegia o fundo da ilha.
A data provável da construção do Convento do Carmo é 1682. Originalmente, o complexo englobava o Convento (à direita), a Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmo (ao centro) e a Capela da Ordem Terceira (à esquerda), todos em estilo colonial com linhas barrocas. Mas nada disso sobreviveu aos “ventos modernizantes” que atingiram a capital no início do Século XX: a) em 1910, uma grande reforma é realizada no prédio do Convento, que ganha um novo andar; e b) em 1913, a fachada recebe os traços neogóticos que até hoje permanecem, enquanto a capelinha – que tanto impressionara Dom Pedro II – é finalmente demolida.
Ao contrário de sua irmã “gótica”, a Catedral Metropolitana, a parte interna da Igreja do Carmo é mais interessante que o seu exterior. Ela não chega a dar conta de desfazer a má impressão dos turistas incautos que ali chegam, levados pelo peso do elogio do nosso ex-Imperador; mas os detalhes em dourado e a ornamentação simplória do altar – uma combinação que, pelo menos pra mim, remete ao rococó – escondem por completo o estilo gótico improvisado e mal copiado do lado de fora.
Para chegar ao Convento, basta virar à direita na Capela de Santa Luzia e descer a Rua Coronel Monjardim.
(Fonte: Folder do Projeto Visitar e Livro “Espírito Santo: Aspectos Histórico e Religioso”, de Cláudio Rodrigues)
Poxa… acredita que não fui ao Convento do Carmo? Ah, tanta coisa ainda por ver, espero em breve voltar ao ES!
Beijo, estou adorando tudo aqui!
Oi, Nina. É aquele negócio.
Só vá ao Convento se tiver tempo. Caso contrário, deixe para aproveitar outras belezas! rsrs
Obrigado pela visita.
GOSTEI MUITO DAS FOTOS
Em 2018 morei em Vitória, próximo do Sul.S José, na ocasião visitei a Igreja do morro do Carmo, a imagem era da N.Sra. do Carmo, hoje voltei morar novamente no centro, e frequento a igreja, hoje vejo a imagem da N. Sra. das Graças, houve troca das imagens?