Cuidado com o PAC!
Não, não se preocupe! O “Rotas” não virou espaço para discussões políticas. O PAC a que estou me referindo não tem nada a ver com o pacote de investimentos lançados pelo Governo Federal. Quero apenas chamar a sua atenção para uma síndrome que assola 9 em cada 10 estabelecimentos comerciais do Espírito Santo: o “Padrão de Atendimento Capixaba”. PAC, para os mais acostumados…
De tão “peculiar” o padrão de atendimento no comércio e na prestação de serviços capixabas ganhou um conceito próprio. Aqui o consumidor faz um favor ao dono do negócio e quase nunca tem razão. Não adianta reclamar da demora no atendimento. “Não tá vendo que o restaurante tá cheio?” Pra que se estressar com o não cumprimento do prazo prometido pela loja onde você comprou aquela roupa. “Você tem que entender! Essa semana o serviço aumentou muito…” E o pior é que até as franquias internacionais não saem ilesas à síndrome. Duvido que em algum outro lugar do país o Drive-Thru do Mac Donald’s demore tanto quanto aqui!
Por isso, caro turista, não se espante se a vendedora da loja continuar falando alegremente ao telefone quando você entrar querendo saber o preço de algum produto. Ou se o garçom ficar plantado ao seu lado, com caneta e papel na mão, esperando – completamente mudo – pelo seu pedido. Releve também se ele sutilmente lhe informar que a cozinha do restaurante “está fechando” para pedidos antes das 24:00h. Isso tudo é sintoma do PAC!
Definitivamente, o “Rotas” não se conforma com o PAC. E é por isso que estaremos empenhados na luta contra essa epidemia. Faremos questão de destacar aqui os estabelecimentos que desenvolveram anticorpos próprios e que, pelo menos durante a nossa visita, não apresentaram sintomas típicos do PAC. Nas nossas sugestões gastronômicas incluiremos o quesito “atendimento” para alertar o turista sobre o nível de contaminação do local, prevenindo-o contra desgostos e frustrações.
Para isso vamos usar a seguinte classificação:
1) Totalmente erradicado: quando nem parece que você está no Espírito Santo;
2) Vacinado: quando o staff do local – apesar de capixaba – foi treinado para lutar contra seu DNA;
3) Febril: quando o PAC revela sintomas esporádicos no estabelecimento; e
4) Completamente infectado: quando o PAC já atingiu o seu grau máximo de contágio, resistindo a qualquer forma de tratamento.
De todo o modo, o turista não tem com o que se preocupar. Felizmente, o vírus do PAC não ataca consumidores!
Tiago,
Perfeito o seu post! Sou paulistana e moro em V. Velha há 3 anos e já deixei de ir a muitos lugares por detestar o mau atendimento. Nessa terra, o consumidor realmente faz um favor ao dono do negócio (padaria, shopping, restaurante, posto de combustível, o vendedor de coco…) e é ainda mais desprezado se reclamar, por isso, hoje em dia, faço muitas compras pela internet ou deixo para comprar em SP. Saímos raramente para comer fora e nun-ca entro num Drive-Thru porque é certeza de chateação.
É triste porque a Gde Vitória está crescendo, mas a mentalidade das pessoas está parada lá trás, o que é uma pena porque o Estado tem um grande potencial para o turismo.
Um abraço.
Luciana
Essa é uma triste realidade, Luciana.
Mas, quem sabe?, valorizando os “vacinados”, a gente não extermina essa epidemia…
Bem-vinda ao Rotas.
Tiago, com a vinda de redes nacionais para Vitória, teremos mais estabelecimentos vacinados. Cito como exemplo o recém inaugurado Outback, onde o atendimento, por profissionais capixabas, é de primeira linha. Abraço!
Pois é, Lorenzo, apesar das minhas reservas quanto a essas grandes redes, pelo menos elas ajudam a elevar o padrão de atendimento. Valeu pela visita!
Estivemos no Outback de Vila Velha no sábado dia 11/07. Tinham duas atendentes no balcão da área externa olhando para o nada ficamos acenando e o rapaz que trazia o suco que chamou uma delas. Pedimos um frango com legumes para minha filha e estava cru por dentro, a atendente voltou com ele para a cozinha. Pedimos uma Ribs na semana anterior no Shopping Vitória e estava com a carne branca, também pedimos para voltar e assar mais. Um estado febril?
:/
Thiago,
Estive em Vitória na última 2ª quinzena de julho, como ponto de parada para ir a Itaúnas ( lá felizmente não tem PAC ) . Já havia ido outras vezes e avisei a meu namorado sobre o PAC. Achei que fosse inplicancia minha, estar acostumadas as coisas rápidas das loucuras de São Paulo, mas depois de ler o que escreveu, tenho, infelizmente , que concordar com vc ! As pessoas te tratam mal, ao ponto de darem informação errada na rua ! Na primeira vez que fui , até na Secretaria de Turismo fui tratada mal como turista. Deram risada da minha solicitação de um mapara turístico da cidade de região ! Nos hoteis, não se faz a mmenor questão de te indicar lugares para passear. Da primeira vez que fui, o recepcionista do hotel arrumou um táxi para irmos a rodoviária que deu a volta no mundo para chegar até lá. Sabe aquela sensação de ser a tonta da semana ? Me senti assim. E olha que sou viajante experiente. Dessa ultima vez, na volta de Itaunas, um domingo à tarde, deixamos as malas no aeroporto e fomos dar uma volta em Vila Velha. Estava sol, mas como estava de calça, resolvi comprar um biquini para proveitar o mar. Não achei absolutamente nada aberto, nadinha , na beirada da praia e adjacências. Estava na Praia da Costa, considerada de bom padrão. Fiquei triste por confirmar, novamente a existência do PAC. O que pode ser feito para melhorar tudo isso ? é lastimável.
E o pior: Esse ano, segui novamente as placas para as goiabeiras ( como fiz no ano passado) , perguntando apra as pessoas na rua e…adivinhe ? Dei de cara com a antigo galpãp fechado. Como pode, uma das principais e mais bonitas atrações turísticas ( e tb cultural) ser tão mal ou erroneamente sinalizada ? Mais uma vez, pena…
Pois é, Flavia, também fiquei “perdido” quando fui às paneleiras. Falei sobre isso no post que fiz da visita.
Agora o cliente capixaba pode expressar todo seu amor ou ódio por um determinado local. Hora de por a boca no mundo reclamar ou elogiar o espaço é esse mercador.net.br
Olá, Tiago!
Parabéns pela iniciativa! Tomara que seu blog seja muuuito visitado por pessoas que se sentem humilhadas quando vão a um restaurante, posto de gasolina, loja, farmácia ou qualquer lugar de PRESTAÇÃO de serviço ao público. Quem sabe conseguiremos mudar alguma coisa formando uma rede (ou ranking) de bons estabelecimentos e boicotando os que não se importam com as pessoas. Me parece que o pessoal de Vitória e região metropolitana não se incomoda em ser mal-tratado! Sou paulista e moro aqui há dois anos e fico indignada com a forma como tratam os consumidores por aqui.
É triste isso, né Paula?
Mas a nossa idéia é justamente essa que você falou. Quem sabe a gente não ajuda a melhor esse quadro!
Valeu pela visita.
PAC…que ideia fantástica! Na verdade, seria desnecessária se fossemos atendidos bem, mas já que isso não é regra…PAC em ação!
Um abraço, LIDIA
Tiago, excelente post, mas pelo que você comenta do atendimento do ES deveria conhecer Macaé, sou Capixaba e morei lá por 4 anos, e acredite….. Estamos no paraíso!!!!
Sério, Diego? Então o negócio em Macaé deve ser feio, hein? rs
Excelente post, Tiago! Conheço tambem outras nomenclaturas: TAC (tradicional atendimento capixaba) e MOC (mão de obra capixaba)…Infelizmente os “apelidos” acontecem e não é pra menos. A minha esperança é que com o crescimento da Grande Vitória, o comercio e a prestação de serviço sejam “forçadas” a melhorar o atendimento. Hoje o melhor atendimento , pra mim, é do Outback, sem dúvida.
Abraços!
Adorei a matéria.
Estou no estado há dois anos e não consigo entender o que acontece aqui. Bom atendimento é o mínimo que esperamos ao entrar em qualquer estabelecimento comercial.
Estou a cinquenta minutos no restaurante do hotel esperando um unico bife acebolado e dois ovos fritos na chapa com uma salada que sei está na geladeira do restaurante.
Venho a Vitoria a 10 anos, morei dois anos aqui, e esse PAC, eu conheço como TAC – Tradicional Atendimento Capixaba, isso é crônico, eu conheço empresario que veio de fora do estado e depois de insistir por anos resolveu trazer pessoas que conhecia da terra dele para sua padaria.
É muito triste isso pois vejo o estado como sendo um dos mais propensos a um grande desenvolvimento turístico no Brasil, adoro esse lugar, as pessoas sao maravilhosas mas o atendimento é péssimo.